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América Latina na disputa pelos minerais críticos

Written by Logcomex | 24.9.2024

Um recente Memorando de Entendimento (MoU) entre Argentina e Estados Unidos promete fortalecer as cadeias de suprimento de minerais críticos. O foco principal dessa colaboração é a exploração e o processamento de lítio e cobre, ambos recursos essenciais para a transição energética e o mercado de eletrônicos.

Em 2023, a Argentina produziu aproximadamente 54.303 toneladas métricas de lítio, o que equivale a cerca de 5% da produção global. No entanto, o país ainda possui um potencial inexplorado, especialmente em suas reservas de cobre, mineral essencial para os sistemas elétricos e de energia renovável.

Com o MoU previsto para ser assinado ainda este mês, os dois países planejam ampliar a cooperação em pesquisa, tecnologia e desenvolvimento industrial. O acordo visa garantir cadeias de fornecimento mais resilientes e reduzir a dependência de países como a China, que atualmente domina o mercado global de minerais críticos.

O papel do Brasil e o investimento em terras raras

Enquanto a Argentina se une aos EUA, o Brasil avança rapidamente em sua própria corrida pelos minerais críticos, concentrando-se principalmente em suas reservas de terras raras. Estes elementos, essenciais para a fabricação de motores elétricos, geradores e tecnologias de ponta, colocam o Brasil como um forte competidor no cenário internacional.

Com a quarta maior reserva de terras raras do mundo, estimada em cerca de 10.000 toneladas métricas, o Brasil está investindo aproximadamente R$ 1,5 bilhão na revitalização de sua produção. O projeto de Poços de Caldas, em Minas Gerais, é uma das principais apostas do país para aumentar sua competitividade e se firmar como um dos principais fornecedores globais de terras raras.

América Latina: um novo epicentro dos minerais críticos

A crescente presença da América Latina no mercado global de minerais críticos é um reflexo das mudanças geopolíticas e econômicas em curso. Com a China dominando a produção desses minerais, tanto a Argentina quanto o Brasil estão se posicionando estrategicamente para se tornarem alternativas viáveis.