As principais funções de um time de suprimentos que atua dentro de uma empresa ou indústria importadora incluem, além da seleção e qualificação de fornecedores internacionais, muitas outras atividades essenciais.
Afinal, na prática, essa equipe precisa estar à frente da negociação de contratos, acompanhar todo o processo logístico, fazer a gestão documental e controlar os custos de aquisição. Diante de tantas atribuições, no entanto, o receio de testar novos fornecedores internacionais, ou até mesmo investigá-los com profundidade, muitas vezes fala mais alto.
Por isso, se você trabalha na área de suprimentos, não deixe de ler as próximas linhas.
A qualificação de fornecedores internacionais pode parecer intangível, mas se pararmos para analisar as consequências de trabalhar com fornecedores que não respeitam os cronogramas acordados ou as especificações técnicas necessárias, essa é uma ação que se torna vital.
Além disso, existem outros impactos negativos que surgem a partir da má escolha de fornecedores internacionais. Acompanhe a explicação abaixo.
Quando não há matéria prima suficiente para fabricar determinado produto, a probabilidade de parada de linha é alta, podendo afetar o fluxo de entrega de pedidos que consequentemente impactará na capacidade executiva da empresa importadora.
Depois que a matéria-prima finalmente chega e a equipe a direciona para o processo de manufatura, a empresa precisa redobrar os esforços, pagando horas extras para que o time operacional recupere o tempo perdido e dê sequência aos pedidos paralisados. Desta forma, a construção de uma cadeia de suprimentos estável é extremamente desafiadora e exaustiva.
Além dos gargalos operacionais, importadores que adquirem produtos de empresas envolvidas em práticas ilegais para a economia brasileira como dumping, o uso de atividades análogas à escravidão ou pirataria correm riscos de penalidades severas.
A qualificação de fornecedores internacionais não é tarefa fácil, e é por isso que existem alguns critérios essenciais para a sua execução.
Em linhas gerais cada empresa tem sua própria política que estabelece diretrizes claras para a aquisição de produtos de forma a assegurar a qualidade, continuidade de fornecimento, o melhor custo-benefício e a sustentabilidade do negócio. Entretanto, é comum que os principais critérios atendam algumas prioridades com o objetivo de focar na previsibilidade e na segurança da cadeia de suprimentos. Veja os critérios essenciais para qualificação efetiva de fornecedores:
Verificar se o fornecedor tem estrutura fabril e capacidade executiva para atender com consistência às demandas necessárias.
Pesquisar sobre a saúde financeira do fornecedor, seu histórico de solvência. Isso reduz riscos de quebra de contrato ou falhas de fornecimento.
Pesquisar referências, cases de sucesso, depoimentos de clientes e parceiros. Um fornecedor com reputação sólida demonstra comprometimento e capacidade de relacionamento a longo prazo.
Confirmar se o fornecedor domina processos de exportação, embalagens adequadas, documentação, entre outros pontos.
Para um fornecedor que está sendo reavaliado, é sempre bom analisar os prazos de entrega realizados por ele e outros indicadores de desempenho relacionados ao fornecimento internacional. Se você quer melhor compreender sobre esse assunto, clique aqui e leia o artigo “KPIs do comércio exterior” na íntegra.
Pesquisar sobre as licenças da planta fabril do fornecedor e se possui certificados, bem como buscar evidências em relação ao cumprimento de normas internacionais.
O preço da mercadoria deve ser compatível com o mercado, mas também é importante negociar cláusulas contratuais, prazos de pagamento, multas por não atendimento dos termos acordados e garantias.
Avaliar se o fornecedor oferece suporte técnico, pós-venda eficiente e canais de contato ágeis, além de uma postura colaborativa para lidar com ajustes de última hora ou situações imprevistas.
A investigação de um fornecedor durante o processo de qualificação não precisa ser burocrática e sim, estratégica. Entretanto, a criação de subprocessos para essa atividade pode soar como burocratização e é neste contexto que o uso da tecnologia se faz necessário.
Ferramentas de inteligência artificial e análise preditiva podem ser ótimas aliadas para identificar parceiros confiáveis e antever gargalos ou etapas críticas da cadeia logística, como atrasos no cumprimento do cronograma de entrega. Entenda como:
Quando o assunto é importação, muito se fala em redução de custo e por isso que eliminar intermediários e estabelecer conexões diretas com fabricantes por meio da tecnologia é uma tendência crescente que significa transparência e agilidade para a cadeia de suprimentos internacional.
Uma das formas de eliminar os intermediários e ganhar autonomia no Sourcing é investir em inteligência de mercado para a qualificação de fornecedores internacionais. Afinal, depender de terceiros para essa seleção é cômodo, porém custa caro visto que o controle sobre prazos é limitado.
Na prática, tudo o que envolve agir em tempo de receber as mercadorias dentro do prazo acordado e evitar custos adicionais deve ser prioridade e por isso, a autonomia é bem-vinda.
Além disso, reduzir a dependência de terceiros que podem gerar atrasos, conflitos ou falta de responsabilidade clara em caso de problemas pode fortalecer o relacionamento direto com fabricantes, facilitando os processos de P&D em relação à customizações, o que é fundamental para manter a competitividade no mercado.
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