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Ano começa bem para o aço, mas importações e EUA preocupam

Written by Redação Logcomex | 19.3.2025

O setor siderúrgico brasileiro começou 2025 com sinais de recuperação na demanda interna, impulsionada pelo crescimento da construção civil e pela retomada da produção automotiva.

Apesar desse avanço, dois desafios preocupam as grandes produtoras do país: a crescente participação do aço importado e as barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos.

Atualmente, os produtos estrangeiros já representam 25% do mercado nacional, principalmente vindos da Ásia. O governo implementou um sistema de cotas e tarifas para conter essa concorrência, mas a medida, em vigor desde junho, não teve o efeito esperado e está prevista para expirar em maio. 

Sem novas políticas de proteção, o setor teme um aumento ainda maior da entrada de produtos importados no segundo semestre.

Nos Estados Unidos, a decisão de manter uma taxa extra de 25% sobre o aço importado deve impactar diretamente as exportações brasileiras. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a medida pode causar uma queda de 11,27% nas vendas externas do setor e representar uma perda de até US$ 1,5 bilhão neste ano.

Para uma grande produtora nacional que possui operações na América do Norte, a decisão pode abrir espaço para expandir sua produção local sem necessidade de novos investimentos. 

No entanto, a empresa também observa com cautela os efeitos das barreiras tarifárias sobre suas unidades em países vizinhos dos EUA. Já outro grande grupo, que tem forte atuação na exportação de placas para o mercado americano, pode ser um dos mais afetados.

Enquanto isso, no Brasil, o mercado reage de forma mista. Uma das principais companhias do setor surpreendeu com um balanço financeiro positivo no quarto trimestre, impulsionado pelo desempenho operacional em diferentes áreas. 

Diante desse cenário, especialistas alertam para a necessidade de novas medidas do governo para proteger a indústria nacional. A falta de políticas antidumping e o fim iminente do atual sistema de cotas podem fazer com que o país se torne ainda mais vulnerável ao excesso de aço vindo do exterior, comprometendo a competitividade das empresas brasileiras no médio e longo prazo.