A balança comercial argentina registrou um superávit de US$ 1,5 bilhão em julho de 2024, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Esse resultado é impulsionado por um aumento de 19,2% nas exportações, enquanto as importações caíram 16,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
A agricultura e a indústria de energia foram setores determinantes para o desempenho positivo, com destaque para a exportação de produtos como soja, milho e petróleo.
A Argentina, enfrentando desafios econômicos graves como alta inflação, desvalorização cambial e uma recessão prolongada, encontrou algum alívio através do comércio exterior, especialmente devido à demanda global por commodities agrícolas.
A soja e seus derivados foram o principal motor, juntamente com petróleo e gás natural. Por outro lado, as importações caíram para US$ 5,68 bilhões.
No contexto das relações comerciais com o Brasil, a dinâmica entre os dois países segue sendo uma das mais importantes do Mercosul. O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina.
Em julho, o Brasil registrou um déficit em sua balança comercial com a Argentina, o que reflete a tendência de importação do Brasil ante ao seu país vizinho, sobretudo no setor automotivo.
Segundo dados da Logcomex, a importação de veículos vindos da Argentina no mês de Julho alcançou um valor FOB de US$ 599 milhões, o que representa um aumento de 38% em relação ao mês de Julho de 2023. Paralelamente, este montante supera em 40% o valor importado em Junho, que foi de US$ 426 milhões.
Sob a ótica das exportações brasileiras, o Brasil viu suas cargas de metais básicos caírem 57% em Julho, registrando o valor de US$ 66 milhões exportados para a Argentina. Ainda, a queda mais significativa foi do setor agropecuário, que viu as produções de vegetais e animais caírem 83% no mês, em comparação com Julho de 2023.
Essa balança favorável ajudou a amenizar a pressão sobre as reservas internacionais da Argentina, que continuam em níveis críticos devido às turbulências cambiais. O país enfrenta uma combinação de inflação alta, desvalorização da moeda e restrições severas ao crédito externo, tornando o controle das importações essencial para manter a economia estável.