Conheça as relações comerciais entre Brasil e México

Brasil e México: como são as relações comerciais, importação e exportação

Você sabe como são as relações comerciais entre Brasil e México? Os dois países são grandes potências da América Latina, cobrindo 26% de todo o território e representando cerca de 45% da população.

Além disso, detêm quase 75% do Produto Interno Bruto da região e, em razão de seus importantes parques industriais, geram mais de 60% do total das exportações.

Em 2021, o México estava no Top 10 dos nossos principais parceiros no total de exportações, ocupando a 8ª posição. Assim como nas importações sua participação também foi expressiva, fechando o ano no 11º lugar.

Vamos conhecer mais sobre essa relação?

Você irá conferir:

O histórico entre Brasil e México

Antes de tudo, a relação entre Brasil e México é longa. A primeira troca de informações ocorreu em agosto de 1824, por meio de suas representações diplomáticas presentes no Reino Unido, ocasião em que ambas se reconheceram como Estados independentes.

Suas relações diplomáticas foram instituídas em março de 1825 e, posteriormente, em 1831 cada um dos países estabeleceu residências para missões na capital do Estado parceiro.

Nos anos da Revolução Mexicana, essas relações foram suspensas, sendo retomadas em 1920 quando o Brasil reconheceu o novo governo mexicano. Então no ano de 1922, suas representações foram elevadas ao status de embaixada.

Anos mais tarde, em janeiro de 1960, com a visita do então presidente mexicano ao Brasil, foi iniciada uma nova etapa, mais promissora, das relações bilaterais. Entretanto, ela foi interrompida com o golpe de Estado que se deu no Brasil em 1964.

Assim, o resultado, na década seguinte, foi uma relação defasada entre Brasil e México, cujas visitas entre as nações foram retomadas de maneira esparsa a partir de 1974. Na década de 90, a parceria voltou a se intensificar, com o aumento de iniciativas voltadas ao fortalecimento da cooperação e à complementação econômica.

Em 2002, a assinatura do Acordo de Complementação Econômica (ACE 53) foi um impulso ao comércio entre os dois países.

Nos anos seguintes, entre 2003 e 2013, as trocas comerciais cresceram 206%, ultrapassando assim a marca de US$ 10 bilhões em 2014, tendo como principal setor o automotivo.

Acordo de Complementação Econômica nº 53 (ACE 53)

Três Acordos de Complementação Econômica foram assinados entre o Brasil e o México em 2002 (ACEs 53, 54 e 55).

O ACE 54 é um Acordo-Quadro, assinado por um grupo e outro ou entre um grupo e um país, com a finalidade de estabelecer relações contratuais futuras.

Esse ACE foi assinado pelo Mercosul para criar uma área de livre comércio entre os países do bloco e o México.

Como se trata de um projeto futuro, enquanto ele não é alcançado o comércio entre os países-membros e o estado mexicano é regulado por outros acordos.

Acordos com o Brasil

Tratando-se do Brasil, temos dois acordos, a saber:

  • ACE 55, no âmbito Mercosul-México, abrangendo produtos automotivos; e
  • ACE 53, no âmbito Brasil-México, tratando de produtos não automotivos.

O ACE 53 foi assinado por Brasil e México em 3 de julho de 2002, sendo um dos que produzem mais impacto na nossa economia. Em 23 de setembro de 2002, ele foi internalizado no Brasil por meio do Decreto nº 4.383, entrando em vigor em 2 de maio do ano seguinte.

Muito importante para nossa relação bilateral, a concessão de margens recíprocas entre os dois países que o acordo estabelece leva a um grande produto: a redução ou eliminação de tarifas de importação para cerca de 800 posições tarifárias.

Além disso, o ACE 53 possibilita que as importações de produtos que constam no documento não sejam objeto do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), no caso do Brasil.

Outros pontos importantes do acordo são temas não tarifários, tais como:

  • Investimentos: por meio da adoção de medidas de melhoria das atividades industriais dos países, eles estimulam investimentos conjuntos em diversos setores da economia;
  • Propriedade Intelectual: em 2016, os países finalizaram as negociações sobre reconhecimento mútuo da cachaça e da tequila, protegendo assim a origem desses produtos.

Importações e Exportações entre Brasil e México

Conforme visto, a relação entre Brasil e México é frutífera e benéfica para ambos os países.

Como reflexo disso, durante todo o ano de 2021 a balança comercial entre os países teve uma corrente de US$ 10.1 bilhões, valor 31,6% maior que o registrado no ano de 2020.

E o saldo entre as exportações e importações foi positivo para o Brasil, que alcançou um superávit de US$ 999 milhões.

O resultado foi expressivo, principalmente se levarmos em conta que os anos de 2018, 2019 e 2020 foram de déficit para nosso país, de US$776, US$208 e US$33 milhões, respectivamente.

A seguir, veremos mais detalhes a respeito dos valores de importação assim como de exportação no período entre janeiro e dezembro de 2021.

Importações do México

Durante o ano de 2021, as importações provenientes do México totalizaram US$ 4.56 bilhões, 18,1% a mais que o registrado em 2020. Isso faz do país o 11º parceiro comercial do Brasil nas importações, com 2,08% de participação.

Sendo assim, o produto mais importado foi “partes e acessórios dos veículos automotivos”, que movimentou US$ 628 milhões (14%).

Leia mais: Como importar peças automotivas? Quais estatísticas deste produto?

Em seguida, “veículos automóveis de passageiros” registrou US$ 403 milhões (8,8%), ácidos carboxílicos, com US$ 233 milhões (5,1%) e demais produtos da indústria da transformação, com US$ 213 milhões (4,7%).

Além desses, com menor participação, temos:

  • Instrumentos e aparelhos de medição, verificação, análise e controle;
  • Máquinas de processamento automático de dados e suas unidades, para registrar dados, leitores magnéticos ou óticos;
  • Equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios; e
  • Máquinas e aparelhos elétricos.

Exportações para o México

Em 2021 o Brasil exportou para o México cerca de US$ 5.56 bilhões, um valor 45,2% maior em comparação com 2020. Esses dados colocam o país no 8º lugar no ranking, com 1,98% de participação.

Dentre os produtos que exportamos, a soja se destaca com US$ 547 milhões (9,8%).

Leia mais: Principais produtos exportados pelo Brasil: dados e estatísticas

Logo após, temos veículos automóveis de passageiros, com US$ 477 milhões (8,6%), produtos semi acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço, com US$ 453 milhões (8,1%) e motores de pistão e outras partes, com US$ 413 milhões (7,4%).

Em seguida, em menores quantidades, temos produtos como:

  • Minério de ferro e seus concentrados;
  • Demais produtos da indústria de transformação;
  • Partes e acessórios dos veículos automotivos; e
  • Folheados, contraplacados, aglomerados, e outras madeiras, trabalhados.