A comitiva do Governo Brasileiro embarcou para o México no final de setembro para uma visita que visa fortalecer parcerias estratégicas e acordos bilaterais com o país.
Essa visita representa um momento fundamental para explorar a integração regional e ampliar o comércio exterior brasileiro.
Para as empresas brasileiras, essa aliança pode significar maior estabilidade e previsibilidade nas relações bilaterais, com potencial para simplificar processos de exportação e importação.
Vale lembrar que, em 2023, o México isentou temporariamente a tarifação de impostos de importação sobre alguns produtos da cesta básica. A medida continua válida até 31 de dezembro de 2024.
Empresas que exportam alimentos como grãos, carnes e produtos industrializados podem se beneficiar diretamente, consolidando-se como fornecedores para um mercado em expansão.
Essa política, ao aliviar a pressão inflacionária no México, também pode fortalecer os laços comerciais entre os dois países.
A falta de um pacto robusto limita o potencial de crescimento das exportações brasileiras para o México, já que outros países com tratados preferenciais, como os EUA, podem oferecer condições comerciais mais competitivas.
Para as empresas brasileiras, isso representa um desafio em termos de competitividade, uma vez que as tarifas podem ser mais elevadas. Outro ponto de vulnerabilidade é a dependência das condições políticas em desenvolvimento.
Mudanças de governo em um ou ambos os países podem gerar incertezas e retrocessos em acordos firmados, o que pode afetar as empresas que não possuem facilidades para expandir suas operações.
O comércio global enfrenta pressões relacionadas a questões ambientais, que podem ser usadas como barreiras não-tarifárias contra produtos brasileiros.
O México, como importante parceiro regional, pode exigir que o Brasil adote padrões mais rígidos em questões de sustentabilidade, o que pode representar custos adicionais e adaptações para empresas do agronegócio e outros setores.
Além disso, a integração regional pode resultar na adoção de padrões e normas comuns que promovam maior transparência e ajustes operacionais. Se bem gerida, essa integração pode fortalecer as cadeias de suprimentos na América Latina, promovendo maior cooperação e eficiência.
A visita do presidente do Brasil abre uma janela importante de oportunidades para o país, especialmente no contexto das discussões sobre integração regional. Para empresas que atuam no comércio exterior, há uma chance de expandir mercados e explorar novas rotas de negócios.
A integração regional também pode resultar em novos acordos multilaterais que facilitem o comércio entre outros países da América Latina e Caribe, ampliando ainda mais o leque de oportunidades para as empresas brasileiras. Isso pode criar sinergias entre as cadeias de suprimentos de diversos países, fortalecendo a competitividade da região no cenário global.
Segundo informações da Logcomex, de janeiro a agosto de 2024, foram exportados para o México mais de US$ 675 milhões em soja triturada, exceto para semeadura (NCM: 1201.90.00). Apesar de um valor significativo em FOB exportado, houve uma discreta queda de 15% na variação do FOB em comparação com o mesmo período de 2023.
Outra NCM exportada para o México refere-se a automóveis com motor de explosão, de cilindrada superior a 1.000 cm³, mas não superior a 1.500 cm³, com capacidade para transportar até seis pessoas, incluindo o motorista (NCM: 8703.22.10).
De janeiro a agosto de 2024, foram exportados mais de US$ 219 milhões dessa NCM. Apesar de ser a segunda mais exportada, houve uma queda de 46% no valor FOB em relação ao mesmo período de 2023.
Outras NCMs exportadas são:
O estado de São Paulo (SP) consolidou-se como o principal exportador brasileiro, com mais de US$ 1 bilhão exportado, representando 35% das operações.
O Paraná (PR) ficou em segundo lugar, com mais de US$ 645 milhões exportados, representando 13% das operações, seguido por Santa Catarina (SC), com mais de US$ 484 milhões exportados, representando 9% das operações.
Em relação às principais unidades de desembaraço aduaneiro, o Porto de Santos ocupa o primeiro lugar no ranking, com 36% das operações.
O Porto de Paranaguá vem em segundo lugar, com mais de US$ 764 milhões de FOB movimentados de janeiro a agosto de 2024, seguido pelo Porto do Rio de Janeiro, com mais de US$ 299 milhões movimentados, representando 6% das operações no período analisado.