O Brasil, reconhecido mundialmente como o maior exportador de soja, está prestes a enfrentar um cenário curioso: a maior importação de soja em mais de duas décadas.
Em um movimento que pode parecer contraditório, o país, que exporta milhões de toneladas da commodity anualmente, precisa agora trazer o grão de fora para atender à sua demanda interna.
Dados de 2024 mostram um aumento significativo nas exportações de soja triturada (NCM 12019000), com um crescimento de 549% no valor FOB e 707% no volume exportado.
O óleo de soja bruto (NCM 15071000), outra peça importante da balança comercial, registrou um aumento de 474% nas exportações em valor e 638% em volume, indicando uma forte demanda externa.
Mas, apesar dos recordes de exportação, o mercado interno brasileiro enfrenta uma situação complicada. A alta demanda por soja dentro do Brasil, somada a desafios climáticos, acabou resultando em uma produção menor do que o esperado, o que explica a necessidade de importação para equilibrar a oferta interna.
Segundo os dados mais recentes, da Logcomex, o Paraguai se consolidou como o principal fornecedor de soja para o Brasil em 2024, sendo responsável por 99% das importações nos primeiros meses do ano. O país vizinho exportou mais de $337 milhões em soja para o mercado brasileiro.
Quanto à distribuição interna da soja importada, o estado do Paraná (PR) lidera com folga, sendo responsável por 85% das importações. O Rio Grande do Sul (RS), outro grande produtor e consumidor de soja, ficou com 13% das compras, enquanto São Paulo (SP) respondeu por 1%.
Existem algumas razões principais para essa situação incomum de importação de soja: