Em um momento estratégico para o setor alimentício, o Brasil registra aumento significativo nas importações de óleos vegetais em 2024.Conforme dados da Logcomex, o valor FOB de produtos alimentícios importados cresceu de US$ 81,4 milhões em 2023 para US$ 140,7 milhões em 2024, representando aumento de 73%. Em termos de volume, o crescimento foi ainda maior, atingindo 126%.
O óleo de soja em bruto (NCM 15071000) destaca-se como principal produto importado, com valor FOB de US$ 83,3 milhões em 2024, representando crescimento de 518% em relação a 2023. O volume importado deste produto aumentou 598%, passando de 14,1 milhões para 98,7 milhões de quilogramas líquidos.
O óleo de girassol em bruto (NCM 15121110) aparece em segundo lugar, com US$ 40,6 milhões importados em 2024, aumento de 13% em relação ao ano anterior. Já as importações de óleos de nabo silvestre em bruto (NCM 15141100) totalizaram US$ 13 milhões, registrando queda de 31% no período.
Em relação aos principais fornecedores, o Paraguai consolidou-se como líder, respondendo por 66% do total importado (US$ 92,9 milhões), seguido pela Argentina com 26% (US$ 37,1 milhões). Uruguai e Bolívia completam os principais países de origem, com participações de 4% e 3%, respectivamente.
Estes dados ganham relevância no contexto atual, onde o governo federal avalia a possibilidade de zerar temporariamente o imposto de importação de todos os óleos vegetais para conter a inflação. A medida visa principalmente o óleo de soja, considerado um dos itens que pressionam o aumento de preços, após alta de 29% em 2024.
Atualmente, apenas os óleos vegetais provenientes do Mercosul entram no Brasil sem tarifas. Para produtos de outras origens, as alíquotas são de 9% para óleo bruto e 10% para óleo refinado. A proposta em análise incluiria esses produtos na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec), ampliando a competição no mercado e potencialmente reduzindo preços ao consumidor final.