Os ministérios da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciaram a suspensão das importações de camaão do Equador, principal exportador mundial do crustáceo.
A decisão, que entra em vigor na segunda-feira (9), foi tomada após auditoria realizada pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Mapa, que apontou irregularidades nos produtos equatorianos. O comércio ficará interrompido temporariamente até que sejam corrigidas as inconformidades detectadas.
O país sul-americano é o principal fornecedor de camarão para o Brasil, respondendo por 47% das importações brasileiras do crustáceo congelado (NCM 0306.17.90) no acumulado de janeiro a outubro de 2024, mostram dados da Logcomex.
O comércio do produto entre os dois países cresceu 256% no último ano. Nos dez primeiros meses de 2024, o Brasil importou o correspondente a US$ 15,3 milhões (FOB) em camarões do Equador, contra US$ 4,3 bilhões no mesmo período de 2023.
A interrupção nas compras do crustáceo equatoriano foi decidida após uma auditoria internacional realizada em novembro em território equatoriano. A missão avaliou a conformidade do serviço veterinário do páis com os requisitos zoossanitários exigidos pelo Brasil.
Após o anúncio da proibição da importação do Equador, o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, afirmou que o setor carcinicultor brasileiro irá redobrar seus esforços para aumentar a produção nacional.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção brasileira de camarão em 2023 foi de 127,4 mil toneladas, com crescimento constante do valor produzido desde o início da série histórica, em 2019. No ano passado, o valor total da produção foi de R$ 2,6 milhões.
A carcinicultura é praticada em estados de todas as regiões do país, tendo a maior concentração na região Nordeste, sendo o Ceará o principal produtor do Brasil.
Números da Logcomex mostram, no entanto, que o valor total das exportações brasileiras de camarão congelado recuou entre janeiro e outubro de 2024, na comparação com o mesmo intervalo de 2023, em 2,4%, somando US$ 1,1 milhão (FOB).
A maior parte das exportações brasileiras do produto no período foi destinada ao Japão, destino de 85% das vendas internacionais do Brasil no setor.