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Cacau mais caro: impacto na indústria e no bolso do consumidor

Written by Redação Logcomex | 21.2.2025

Os preços do cacau seguem em disparada, e o impacto no Brasil é duplo: além de ser produtor, o país também importa a commodity para suprir a demanda da indústria.

Com a volatilidade tornando os contratos futuros menos previsíveis, os custos sobem e pressionam fabricantes de alimentos. Enquanto exportadores podem se beneficiar do cenário, quem depende da importação paga mais caro, reduzindo margens e encarecendo produtos finais.

Os números confirmam essa pressão: em 2024, as importações de cacau já somam US$ 287,6 milhões, um aumento de 36% em relação a 2023. No entanto, o volume importado caiu 11%, indicando que o Brasil está pagando mais por menos produto. A Bahia lidera as importações, respondendo por 79% do total, seguida por Santa Catarina e Minas Gerais.

O mercado global também pesa: a Costa do Marfim, maior exportador para o Brasil, responde por quase 50% das compras, evidenciando a dependência de poucos fornecedores. 

E essa alta não deve parar tão cedo: a receita do mercado de cacau no Brasil deve crescer de US$1,08 bilhão em 2025 para US$1,31 bilhão em 2029, acompanhando uma valorização de 17,37% no preço médio do produto.

Para a indústria brasileira, o desafio agora é ajustar estoques e precificação para manter a competitividade sem tornar o chocolate um luxo para o consumidor.