A crescente demanda por café em mercados emergentes como a China, tem sido um dos fatores que vem impulsionando a exportação do grão brasileiro.
Uma curiosidade é que a China tem o hábito de consumo predominantemente voltado para o chá.
Porém, com a globalização e as novas rotinas de trabalho, principalmente entre os jovens que atuam nos escritórios, o café vem ganhando popularidade demandando mais estabelecimentos e a importação de grãos brasileiros.
O Brasil é o maior produtor global do grão. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país colheu 55 milhões de sacas em 2023/2024, seguido da Colômbia e Vietnã.
Sendo assim, com a produção em escala, as exportações para a China vêm ganhando força.
De acordo com a Logcomex, no primeiro semestre de 2024 as exportações de café não torrado, não descafeinado, em grão (NCM: 09011110), aumentaram 74% em relação ao mesmo período de 2023.
O FOB exportado de janeiro a junho foi contabilizado em mais de US$ 123 milhões. Minas Gerais (MG) e São Paulo (SP) seguem sendo os principais estados exportadores para a China.
De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), somente em julho deste ano - primeiro mês da safra 2024/2025 -, a exportação brasileira de café totalizou 3,774 milhões de sacas de 60kg, volume que representa um aumento de 25,7% em relação aos 3.002 milhões de sacas embarcados no mesmo período de 2023.
Ainda de acordo com a entidade, a receita cambial foi de US$ 932,5 milhões, registrando aumento de 47,9% com o mesmo período do ano passado.
Apesar de um cenário promissor, o setor cafeeiro também enfrenta desafios como as condições climáticas e os gargalos logísticos.
Chuvas intensas em regiões produtoras, como o Espírito Santo e o sul da Bahia, e secas severas no ciclo anterior afetaram a produção de café conilon. OPorto de Santos, por exemplo, possui limitações logísticas. Em julho de 2024, 60% dos navios que exportavam café sofreram atrasos ou alterações nas escalas.
Mesmo assim, ele é responsável pela movimentação de cerca de 92% dos embarques de café com destino à China. De janeiro a junho de 2024, o FOB movimentado foi de mais de US$ 113 milhões.
Os Estados Unidos (EUA) seguem liderando o ranking dos países de destino das exportações, representando 20% das operações. A Alemanha vem em segundo lugar, registrando 17% do FOB movimentado, seguido da Bélgica com 13%.
O ano de 2024 tem sido marcante para as exportações de café do Brasil, com recordes de volume e receita sendo quebrados. No entanto, o setor deve continuar a enfrentar e superar desafios logísticos e climáticos para manter essa trajetória ascendente.
Com uma estratégia focada em diversificação de mercados e parcerias estratégicas, o Brasil segue consolidando sua posição como o principal fornecedor de café do mundo, aproveitando as oportunidades em mercados emergentes como a China e reforçando sua liderança global.