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China: demografia, geografia e sistema político

Written by Redação Logcomex | 10.11.2020

Depois de conhecermos o Japão, sua história e sua importância no comércio exterior brasileiro, chegou a hora de entendermos um pouco sobre o país que detém a maior população do mundo, com mais de 1 bilhão de habitantes: a China.

Nesse texto, você verá os aspectos e principais características da República popular da China, a fim de entender como funciona o sistema político do país.

Geografia da China

Zhongguo, nome na língua local, está localizada no leste asiático e possui uma parte continental, bem como a ilha da província de Taiwan, que pode ser observada entre os mares da China.

Na parte continental, está presente o ponto mais alto do mundo: o Monte Everest, com 8.848 metros acima do nível do mar. Ele se localiza no Himalaia, isto é, na fronteira entre a região do Tibete (província chinesa) e o Nepal.

Aspectos físicos

Quinto maior país do mundo, visto que sua área é de 9.597.960 Km2

Sua extensão litorânea é de 14.500 km entre a Coreia do Norte e o Vietnã, tendo contato não só com Mar Amarelo, o Mar da China do Sul e o Mar da China Oriental, mas também com a Baía da Coreia (CIA).

Suas fronteiras terrestres são estabelecidas com 13 países: Afeganistão, Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Laos, Mongólia, Mianmar, Nepal, Coréia do Norte, Paquistão, Rússia, Tadjiquistão e Vietnã.

Embora muito acreditem que a capital é Pequim, essa nomenclatura era utilizada no passado, quando o idioma da região era o cantonês. Posteriormente, o nome foi mudado para Beijing, palavra no idioma oficial — mandarim.

Divisão administrativa

A princípio, a divisão do sistema administrativo pode parecer complexa, com divisões maiores entre províncias, cidades-municípios, regiões autônomas e regiões administrativas especiais.

Além de divisões menores entre prefeituras, distritos e vilas. Contudo, se analisarmos essas partes separadamente, a compreensão se torna mais fácil.

Sobre as províncias, são 23 no total: 22 na parte continental e Taiwan, que ainda é considerada uma província chinesa. 

Elas funcionam semelhantemente aos estados brasileiros e seus chefes ocupam posição importantes dentro do Partido Comunista Chinês.

Igualmente às províncias em nível hierárquico, a China conta com 4 cidades-municípios.

Com o intuito de se tornar cidade-município, a cidade deve possuir características especiais e, assim, receber esse status do Congresso Nacional do Povo.

As 4 cidades-municípios são: 

  • Beijing, a capital
  • Xangai, o centro financeiro
  • Tianjin, que possui o porto e é a proteção de Beijing
  • Chongging, símbolo do desenvolvimento do oeste chinês.

Em seguida, as regiões autônomas possuem maior liberdade política e seguem tradições de alguns grupos étnicos. 

Por conta disso, leis que confrontam as culturas de algumas minorias não possuem validade nessas regiões. 

Ao todo, são 5 regiões: 

  • Xingjian
  • Tibete
  • Gungxi 
  • Ningxia 
  • Mongólia. 

Nelas, a política do filho único não é aplicada.

Por fim, há a presença de duas regiões administrativas especiais — Hong Kong e Macau — e esse status é conferido pelo Congresso Nacional do Povo.

São territórios aduaneiros separados. Só para ilustrar, eles estabelecem suas políticas de imigração, seu sistema educacional, idioma, esporte e serviço de hospedagem. 

Além disso, possuem seus próprios sistemas legislativos, monetários e forças policiais. Essas regiões, inclusive, fazem parte da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Há muito debate em torno da autonomia dessas regiões. Eventualmente, acontecem protestos populares que clamam por mais autonomia e até pela independência.

Depois que vimos 4 divisões principais, é importante dizer que há 333 prefeituras, que incluem todos os tipos de cidade, 2.853 distritos e 40.497 regiões de vila.

Aspectos históricos

Sem dúvida, a história da China é milenar. Seus primeiros registros datam de 1200 a.C. a partir do século III a.C., e pelos próximo dois milênios, a China se viu em meio a períodos e união e desunião, sob uma sucessão de dinastias imperiais.

Ao todo, foram 19 dinastias que assumiram o poder e, enquanto algumas delas são pouco lembradas, 5 delas tiveram grande êxito econômico, político e social.

No século XIX e XX, o país foi assolado ora por fome, ora por derrotas militares, ocupação estrangeira e guerras. Podemos destacar a Guerra do Ópio travada pela Inglaterra após a China proibir que o ópio, entorpecente inglês, adentrasse seu território.

A soma deste acontecimento, junto à Guerra Sino-Francesa (1883-1885) e à Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), por consequência levou ao declínio da dinastia Qing.

Posteriormente, em 11 de outubro de 1911, se iniciou um levante militar que derrubou a dinastia e levou à formação de um governo provisório em 12 de março de 1912, instituindo a República da China.

Após a Segunda Guerra Mundial, em 1949, o Partido Comunista Chinês, liderado por Mao Tsé-Tung, iniciou a Revolução Chinesa e instaurou a República Popular da China.

Demografia da China

A população em 2020 é de 1,439 bilhão de pessoas, representando um crescimento de 0,39% em relação à 2019 (World Population Review).

Com o intuito de reduzir o número de nascimento, foi implementada a política do filho único, que permite que uma família tenha somente um filho. Há algumas poucas exceções na área rural caso a primeira criança seja do sexo feminino.

Ela foi implementada na década de 70 e, na pirâmide etária abaixo, é possível perceber que a medida.

Apesar da grande população, a densidade demográfica é pequena, com 153,31 habitantes por km2 (World Population Review). Esse número é explicado em decorrência da grande área continental. 

A taxa correspondente à população que vive na zona urbana é de 60,3%, enquanto 39,7% vive na área rural (PNUD).

A saber, 92,85% tem acesso à água potável (OMS, Unicef) e, entre os cidadãos de 15 anos ou mais, 96,84% são alfabetizados (Unesco).

Mesmo que língua oficial seja o mandarim, muitas regiões ainda praticam idiomas tradicionais.

Além disso, a expectativa de vida da população é 76,7 anos e o Índice de Desenvolvimento Humano é elevado, sendo 0,758 (PNUD). 

O país também ocupa o 104º lugar entre 163 países avaliados no Índice Global da Paz, com uma pontuação de 2.166 (Country Economy).

Primordialmente, a China teve sua história moldada por três religiões: o taoísmo, o confucionismo e o budismo.

O taoísmo e o confucionismo fazem parte da cultura milenar do país e suas tradições. Antes de tudo, elas se fundamentam mais em valores e pensamentos do que em ritos e hierarquias, o que gera dúvida se elas podem ser classificadas como religião ou não.

Por fim, o budismo chegou ao país vindo da Índia e se alastrou pela região do Tibete e outras regiões mais remotas.

Juntas, essas 3 doutrinas se mesclaram e formaram o que é conhecida como a “religião tradicional chinesa”, que tem uma origem incerta e hoje rege a vida de muitos chineses. 

“Cidade proibida” localizada no centro da antiga Pequim. Foi palácio imperial das dinastias Ming e Qing e sede governo chinês até 1911. Foto por Seif Ak via Unsplash

Sistema político da China

O Partido Comunista Chinês (PCC) está no poder desde a revolução de 1949. Por conseguinte, é o responsável pelas principais decisões do governo, visto que muitos cargos relevantes são elegidos por ele.

Todavia, ele não é o único ator político. Ele, inclusive, não é mencionado pela constituição chinesa. 

De acordo com esta, a China conta com o Congresso Nacional do Povo, que representa o legislativo e é classificado como a mais alta organização dentro da estrutura do Estado.

Outrossim, também conta com um Conselho de Estado, que lidera o executivo, e com a Suprema Corte, que representa um judiciário independente.

Contudo, na prática o Conselho de Estado é o órgão mais atuante.

A princípio, o sistema político conta com as instituições do partido e as instituições do governo, mas elas se entrelaçam. Para exemplificar, o secretário geral do PCC é Xi Jinping, também presidente da república.

O cargo de presidente foi assumido por ele em 15 de março de 2013, após a renúncia de Hu Jintao. O PCC escolheu Jinping como novo secretário geral do partido que, consequentemente, assumiu a presidência do país.

Em 2018, o parlamento chinês aprovou o mandato vitalício a Xi Jinping.

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