Que a Argentina e o Brasil são parceiros comerciais a partir do acordo comercial do Mercosul você provavelmente já sabia. Mas é do seu conhecimento que a Argentina é simplesmente o maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul? E você sabe como exportar produtos para a Argentina?
Segundo dados do Comex Stat deste ano, 35% do total de exportações do Brasil tem a Argentina como destino. Batendo, assim um faturamento de USD 14,4 bilhões em 2022.
Em comparação com o ano passado, esse número representa um crescimento de 21% nas exportações para esse destino.
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Agora, com certeza você quer saber como exportar para a Argentina, não é mesmo? Então, acompanhe o artigo abaixo!
A Argentina é o segundo maior país em território da América do Sul, com 2,7 milhões de quilômetros quadrados. Los hermanos ficam atrás apenas do Brasil.
Grande parte desse território é banhado pelo oceano atlântico e, além disso, o país faz fronteira com o Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.
Agora, com aproximadamente 47,3 milhões de habitantes, a Argentina é o terceiro país mais populoso do subcontinente. E desses, a propósito, a maior parte da população se encontra na capital Buenos Aires, com 13 milhões de pessoas.
Com um bom nível de qualidade de vida e sendo a segunda maior economia da América do Sul, a Argentina apresentou um PIB de US$ 630 bilhões em 2022.
Número esse proveniente de um aumento de quase 45% em comparação com o último ano — e depois de três anos de baixas consecutivas.
Por conseguinte, em comparação com os outros países da América Latina, a Argentina possui o maior PIB per capita no quesito paridade de compra. Ou seja, o poder de compra dos argentinos é o maior do subcontinente.
A moeda utilizada atualmente no país é o peso argentino (ARS). Esse se encontra em um cenário de grande desvalorização. Visto que 1 dólar (USD) em janeiro de 2019 equivaliam à ARS 38 e, agora, em dezembro de 2022 a cotação é de ARS 168.
Apesar da bruta queda entre esses dois anos, esse quadro não é novidade para o peso argentino, que há 20 anos vem perdendo seu valor.
Atualmente circulam no país as notas de 5, 10, 20, 50, 100, 200, 500 e 1.000 pesos. Isso se dá em virtude da desvalorização do peso argentino, por isso hoje a nota de maior valor do país é a de ARS 1.000. Que, mesmo assim, tem um dos menores poderes de compra da América Latina.
A Argentina também possui as moedas de 1 e 2 pesos e as de 5, 10, 25 e 50 centavos, não mais tão utilizadas.
O Brasil é o maior parceiro comercial da Argentina atualmente — uma reação que cresceu surpreendentemente 308% nas últimas duas décadas.
No cenário atual, o comércio internacional entre Brasil e Argentina alcança US$ 1 bilhão em importações e US$ 1,3 bilhão em exportações. Representando, assim, uma movimentação equivalente a cerca de US$ 29 bilhões anualmente.
Mas, mesmo com o crescimento das transações entre os dois países, os produtos comercializados não apresentaram grandes mudanças. Sendo que os acessórios automotivos, veículos de passageiros e minério de ferro estão entre os produtos que mais exportamos para a Argentina. Por outro lado, compramos veículos de transporte, trigo e centeio de lá.
De janeiro a outubro de 2022, o Brasil exportou US$ 14.378,865,154 em valor FOB para a Argentina — com um peso líquido total de 8.704,658,027 kg.
Usando dados extraídos da nossa plataforma de importação, analisamos que os produtos que a Argentina mais importa do Brasil. Confira a seguir!
Os principais estados exportadores brasileiros para a Argentina são São Paulo (com um valor FOB exportado equivalente a US$ 6,146,341,365 bilhões). O estado surge logo à frente de Minas Gerais (com US$ 1,686,788,369), Paraná (com US$ 1,383,009,382 bilhões) e Rio Grande do Sul (com US$ 1,190846,852 milhões).
Já em relação às unidades de desembaraço, as principais da exportação para a Argentina são a Alfândega de Uruguaiana e a IRF de São Borja, empatadas com 27%. Em seguida, temos o Porto de Santos, com 19%, o Porto de Vitória (com 6%) e a alfândega de Salvador (com 4%).
Já em se tratando de modal de transporte, o principal utilizado nas exportações para a Argentina é o rodoviário, com 50,16% da distribuição. O que faz sentido, visto que não envolve transações intercontinentais e este ser o transporte mais barato.
Ainda assim, há participação do modal marítimo, com 38,10% e aéreo com 1,80%.
É possível enxergar diversas oportunidades de entrada no mercado argentino. Por isso, já sabendo agora alguns detalhes sobre esse país, apresentamos abaixo 5 dicas de como exportar produtos para a Argentina. Queremos ajudá-lo a expandir seus horizontes, então continue a leitura!
Assim como para iniciar uma negociação com um novo cliente no mercado nacional ou em qualquer outro país, para começar a exportar para a Argentina é necessário primeiramente estudar esse mercado.
Portanto, inicie realizando pesquisas sobre comércio dos seus produtos no país, faça análises de preços, de aderência dos seus artigos e identifique os principais concorrentes.
Aliás, é possível realizar estes estudos usando a plataforma de exportação da Logcomex. Com ela, você consegue:
Com a finalidade de pôr em prática esses estudos, além da pesquisa online, é indicado realizar viagens para participação de feiras e showrooms.
Assim como entrar em contato diretamente com potenciais clientes para agendar reuniões, visitas e envio de amostras — que também são medidas essenciais.
Adicionalmente, é indicado buscar por agentes que possam intermediar e facilitar a negociação, trazendo maior segurança e estabilidade para a operação.
Antes de iniciar a operação é preciso reunir toda a documentação e registros necessários para a exportação. Em primeiro lugar, a empresa deve ser cadastrada no RADAR Siscomex, isto é, ter habilitação para exportar.
Seu cadastro nacional está em dia. Então, o próximo passo para exportar seus produtos é identificar os requisitos da Argentina para o produto objeto da negociação.
Isso porque a exportação de alguns produtos para certos países exige licença de importação, etiquetagem especial ou documentação específica.
Lembrando que a Argentina, assim como o Brasil, faz parte do Mercosul. Em outras palavras, a operação entre esses dois países contará com benefícios para ambas as partes.
O que definirá quais serão esses benefícios será o produto a ser exportado. Afinal, este pode estar sujeito a benefícios fiscais, por exemplo.
Por fim, para comprovar a origem dos produtos e validar o proposto no acordo comercial do Mercosul, é necessário emitir o Certificado de Origem para as mercadorias com o órgão indicado.
O SIMI (Sistema Integral de Monitoramento de Importações) é um instrumento utilizado pelo governo argentino para monitorar as importações do país. Este impõe normas que têm por objetivo garantir a segurança dos produtos que entram na Argentina.
Conforme a nova legislação da Argentina, o SIMI permite o licenciamento automático para a maior parte das mercadorias importadas de países do Mercosul. Contudo, o sistema está em processo de substituição pelo novo Sistema de Importações da República Argentina (SIRA).
O SIRA, que está sendo regulamentado pela Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP) e pelo Ministério do Comércio, objetiva maior organização e rastreabilidade.
As formas de pagamento ao exportar produtos para a Argentina não são diferentes das tradicionais em qualquer negociação internacional. As opções são:
Com efeito, para definir a forma de pagamento da operação, o caminho é negociar com o cliente.
Em primeiro lugar deve-se estabelecer as formas de pagamento que sua empresa aceitará, além de acordar com o cliente a moeda de negociação. Que, no caso, pode ser dólar, real ou peso argentino. Assim, por fim, será possível concluir qual a melhor opção de pagamento para a operação.
Los hermanos são vizinhos do Brasil e, por assim dizer, há maior facilidade de transporte entre os dois países.
Assim sendo, o envio pode ocorrer via modal rodoviário, passando, por exemplo, pela fronteira alfandegada de Uruguaiana. Ou, para um trânsito mais rápido, pelo modal aéreo via Guarulhos.
Contudo, lembre-se: o que vai definir a melhor forma de envio para a operação é o tipo de mercadoria que você está exportando. Isso porque o frete deverá ser escolhido de acordo com as particularidades da carga e se atentando ao tempo de envio de cada modalidade.
Enviar pelo meio aéreo é mais rápido e seguro, porém seu preço é bem alto. Já o frete rodoviário para a Argentina tem um valor mais baixo, contudo o trânsito é mais lento e temerário pela situação precária da maioria das rodovias.
Com a plataforma de exportação da Logcomex, você consegue monitorar o mercado para avaliar suas oportunidades de exportar para a Argentina.
Afinal, com ela é possível ter uma visão estratégica de todas as NCMs exportadas. Além de informações por período de modais de transporte, estados exportadores, unidades de desembaraço, players do setor, unidades estatísticas e mais!
Você pode, ainda, ampliar sua presença no comércio global, melhorando a prospecção de novos compradores e fornecedores. Baseando-se, para tanto, em pesquisas sobre suas movimentações e mercadorias exportadas.
Bem como valores e volumes de operações, regiões de atuação, rotas utilizadas e estatísticas que farão a diferença em suas negociações.
Por fim, com a plataforma de exportação da Logcomex, você fica sempre à frente, podendo monitorar as tendências de todo o setor. O que permite identificar novos produtos para exportar, consultar variações de preços ao longo do tempo e descobrir modais de transporte mais vantajosos, por exemplo.
Enfim, você também consegue visualizar os principais destinos das exportações e levantamentos para expandir seus resultados.
Baixe o material abaixo e entenda o que são os incentivos fiscais na importação e descubra como usá-los para melhorar a rentabilidade dos seus negócios no comércio global.