Em parceria inédita com uma montadora chinesa, a Renault passará a fabricar e comercializar veículos elétricos no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR). A distribuição ficará sob a responsabilidade da rede de concessionárias da Renault.
Essa aliança estratégica marca a entrada direta da Geely (marca chinesa) no mercado brasileiro, aproveitando a estrutura industrial da Renault para iniciar sua operação local.
A parceria deve aquecer a disputa no mercado de elétricos, colocando ambas empresas em competição direta com marcas como BYD e GWM, que apostam em plantas próprias no país.
Segundo dados de importação de 2024 da Logcomex, o segmento de elétricos e híbridos segue em alta, impulsionando o crescimento do mercado automotivo brasileiro.
- O setor de veículos automotores liderou com US$ 8,29 bilhões importados, um crescimento de 43% em relação a 2023. O aumento de 48% no volume importado (584 milhões de kg) indica maior entrada de modelos prontos e componentes.
- Destaque para os veículos elétricos e híbridos (NCM 87036000), com importações que atingiram US$ 2,01 bilhões, alta de 96%. O volume subiu 143%, evidenciando uma expansão significativa da oferta.
- Outro segmento aquecido foi o de veículos 100% elétricos (NCM 87038000), com crescimento de 108% nas importações (US$ 1,59 bilhão) e aumento de 152% no volume importado.
A ampliação da produção local também impulsionou a demanda por peças e componentes:
- Importações de baterias e acumuladores (NCM 85076000) cresceram 17% (US$ 623,6 milhões), com aumento de 59% no volume importado, acompanhando a demanda da indústria de elétricos.
- Fios e dispositivos elétricos (NCM 85443000), essenciais para montagem de veículos elétricos, cresceram 15% (US$ 837,8 milhões), com aumento de 30% no volume importado.
Importações automotivas
- O total importado em veículos e componentes atingiu US$ 11,29 bilhões em 2024, um crescimento de 34% em valor e 39% em volume em comparação a 2023.
- O crescimento expressivo das importações, especialmente em elétricos, antecipa uma intensificação da concorrência no mercado brasileiro, com mais opções e maior pressão nos preços.
A produção local permitirá à Renault-Geely competir com preços mais competitivos e aproveitar a crescente demanda impulsionada pelos incentivos fiscais e pelas metas de descarbonização.