A DUIMP usa inteligência artificial para classificar riscos e definir o canal de conferência aduaneira. Entenda como otimizar suas operações.
Marcando uma mudança estrutural na forma como o Brasil lida com importações, a DUIMP, além de digitalizar processos, incorpora inteligência artificial para automatizar o gerenciamento de risco aduaneiro.
Neste artigo, você entende como funciona a parametrização da DUIMP, por que ela afeta diretamente o tempo de liberação das cargas e o que sua empresa pode fazer para alcançar o canal verde com mais frequência.
Mais do que apenas uma nova forma de registrar importações, a DUIMP também inaugura uma era de gestão de riscos aduaneiros baseada em dados e inteligência artificial, com impactos diretos na agilidade do despacho e no custo das operações.
Só para se ter uma ideia, em setembro de 2024, a Receita Federal e o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) já previam, com a mudança, redução de tempo médio de importação (de 17 dias para 9 dias) e de quantidade de documentos (de 871 mil para 135 mil).
Na época, a expectativa era de uma economia anual de R$ 40 bilhões para os operadores de comércio exterior.
Isso porque, após o registro da DUIMP, a Receita Federal e os órgãos anuentes realizam, de forma automatizada, a análise de riscos para determinar o canal de parametrização: verde, amarelo, vermelho ou cinza.
A definição do canal influencia diretamente no tempo e na complexidade do desembaraço.
Com o uso de algoritmos, cruzamento de dados e histórico de conformidade, o sistema identifica o nível de risco da operação – e, consequentemente, o grau de fiscalização necessário.
O processo de parametrização da DUIMP ocorre em dois eixos, o gerenciamento de riscos aduaneiros (Receita Federal) e o gerenciamento de riscos administrativos (órgãos anuentes).
Avalia elementos como:
Considera:
Com base nesses dados, a DUIMP recebe um canal único de conferência, sendo:
A parametrização é decidida com base em critérios objetivos, mas pode ser influenciada por práticas adotadas pelo importador. Isso leva ao próximo ponto.
Alcançar com frequência o canal verde é um dos principais objetivos para empresas que desejam importações ágeis e com menor custo logístico. Algumas estratégias práticas ajudam a melhorar esse índice:
Informações completas, técnicas e padronizadas evitam exigências e reduzem o risco percebido pelo sistema.
NCM incorreta ou genérica é um dos principais fatores de risco. Utilize as NESH e valide com especialistas.
Divergências entre DUIMP, LPCO, fatura e conhecimento de carga podem indicar falhas ou indícios de fraude.
Esse recurso permite corrigir erros antes do envio definitivo, evitando parametrizações mais severas.
Importadores certificados como Operador Econômico Autorizado têm histórico de confiabilidade reconhecido e tratamento diferenciado.
Monitore a frequência de exigências, canal amarelo/vermelho e tempo médio de liberação. Isso ajuda a identificar pontos críticos.
A adoção dessas práticas posiciona sua empresa como um parceiro confiável para a Receita Federal e órgãos anuentes – o que, a médio e longo prazo, se reflete em parametrizações mais favoráveis.