Uma nova proposta do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) reacendeu o debate sobre a dependência global da indústria naval chinesa.
O plano prevê a aplicação de tarifas significativas — entre US$ 1 milhão e US$ 3 milhões — a navios construídos na China que atraquem em portos norte-americanos. A medida faz parte de uma iniciativa para fortalecer a indústria naval dos EUA, que hoje representa apenas 0,01% da produção mundial de embarcações comerciais.
A proposta tem gerado atenção entre representantes do setor logístico, associações comerciais e empresários de diferentes segmentos, que participam de audiências públicas em Washington.
O argumento central do USTR é que a dominância chinesa no setor confere ao país asiático um poder de mercado excessivo sobre a oferta, preços e acesso às principais rotas marítimas.
A China responde atualmente por mais de 50% da tonelagem de navios cargueiros no mundo, com Japão e Coreia do Sul completando os três principais polos construtores.
Entre os possíveis efeitos apontados pelo setor privado, estão o aumento dos custos de frete, o redirecionamento de cargas para países vizinhos como Canadá e México, e a redução da atividade em portos menores nos EUA.