Já é um conhecimento mundial que os brasileiros inegavelmente amam café. Porém, a importância do grão para o Brasil vai muito além do âmbito cultural! Ele chegou em território nacional em 1727 e, 120 anos depois, o Brasil já era detentor de 85% da sua produção mundial. Não é à toa que, no país, comemore-se o seu dia duas vezes: hoje, dia 14 de abril (Dia Internacional do Café) e 24 de maio, Dia Nacional do Café. Por ser tão importante para os brasileiros e para as transações de comércio exterior, hoje o grão é a estrela no blog da Logcomex: vamos saber mais sobre a exportação de café?
Conforme dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café no Brasil), de março de 2022 a março de 2023, a exportação do grão pelo Brasil foi equivalente a 37 milhões de sacas, o que representa uma queda de 7,7% se comparados os números do mesmo período de 2021/2022.
Em relação ao preço do café, de março de 2022 a março de 2023, a variação foi de 22,5% em relação ao período anterior. Além disso, em se tratando de receita cambial (R$ FOB mil), a variação foi de 9,6%.
Ainda conforme dados do relatório do Cecafé, as exportações brasileiras tiveram como destino 102 países, localizados principalmente:
Continente | Volume | Receita cambial US$ FOB mi | Participação | Variação (%) em comparação ao 1º tri 2022 |
Europa | 2.653.979 | 587,7 | 50,8% | -33,3% |
América do Norte | 1.087,731 | 231,5 | 20,8% | -24,4% |
Ásia | 889,250 | 188,9 | 17,0% | -8,4% |
América do Sul | 427,320 | 73,2 | 8,2% | 19,4% |
Oceania | 70,797 | 17,2 | 1,4% | -9,9% |
América Central | 58.403 | 10,8 | 1,1% | 20,9% |
África | 38.512 | 8,1 | 0,7% | -27,6% |
Apesar de ter sofrido uma queda em geral, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a exportação de café mostrou algumas oportunidades.
Por exemplo, a venda para a América do Sul e para a América Central — que foram os únicos dois continentes a apresentar aumento na variação comparada com o período anterior.
Por fim, as informações do relatório de exportações de café da Cecafé apontam que a maior participação em porcentagem por qualidade nas vendas internacionais do produto brasileiro no ano safra de 2022/23 foram do tipo arábica (86,4%), seguida do solúvel (10,0%), robusta (3,5%), enquanto o torrado & moído representou apenas 0,1%.
De março de 2022 a março de 2023, segundo dados da Logcomex, o café não torrado ocupou 9º lugar nas exportações totais do país e 5º lugar na exportação agropecuária.
Separamos, é claro, números da plataforma da Logcomex que traduzem a exportação de café nos últimos 12 meses. De março de 2022 até fevereiro de 2023, o Brasil exportou mais de 6 milhões de toneladas do produto.
Além disso, a NCM 0901.11.10 (Café não torrado, não descafeinado, em grão), sozinha, foi responsável por praticamente 99% do valor FOB das exportações brasileiras.
De março de 2022 a fevereiro de 2023, o ranking de países que importam o café brasileiro tem como primeiro lugar os Estados Unidos, que sozinho importou mais de US$ 1,3 bilhão em FOB do produto.
Logo em seguida vem a Alemanha, que importou mais de US$ 1,2 bilhão em FOB. Enfim, o terceiro lugar foi ocupado pela Itália, tendo importado US$ +618 milhões.
Já se tratando de estados exportadores brasileiros, Minas Gerais ocupa o 1º lugar no ranking, com uma exportação superior a US$ 5 bilhões em valor FOB do período. O estado é seguido por São Paulo, Espírito Santo e Bahia.
Por fim, o top 5 das unidades de desembaraço da exportação brasileira de café são: Porto de Santos (81%), Porto do Rio de Janeiro (13%), Porto de Itaguaí (4%), Alfândega de Uruguaiana (1%) e Alfândega de Salvador (1%).
Agora que já vimos os números obtidos na exportação de café, vamos passar para o que esperar para os próximos meses de 2023 e já pensar nas estratégias para se alinhar ao mercado.
O consumo de café não foi prejudicado pela pandemia, muito pelo contrário: vem crescendo de 2 a 2,5% ano a ano.
De fato, a média de consumo dos brasileiros é de 3 a 4 xícaras por dia, segundo dados da Organização Internacional do Café (ICO).
Porém, em vez de consumir a bebida em cafeterias (como acontecia em 90% dos casos anteriormente), as pessoas estão cada vez mais preferindo consumí-lo em casa.
Com esse aumento do consumo de café que comentamos acima, a demanda está superando a produção, portanto é essencial não só produzir mais, como entender formas de produzir com maior eficiência para suprir a demanda.
Nesse sentido, o desafio está em elevar a produção na mesma proporção de terra, considerando os efeitos causados pelas mudanças climáticas. O que evidencia o papel do Brasil nessa liderança.
Afinal, o Brasil é o mais eficiente país produtor de café do mundo atualmente. Prova disso são as recorrentes melhorias nas fazendas produtoras do grão nas últimas duas décadas, o que reflete no aumento do rendimento.
Além disso, o Brasil é favorecido por fatores como clima, relevo, uso de alta tecnologia no campo e propriedades cerca de 4 vezes maiores que os demais países produtores. Bem como boas práticas produtivas que, somadas aos demais elementos, fazem com que o país seja considerado responsável por ensinar e propagar suas tecnologias e práticas para as demais nações produtoras.
Alguns fatores validam a superioridade do café brasileiro no contexto mundial. Como, por exemplo:
Além disso, as projeções são de que o Brasil será responsável por 69% do crescimento internacional da produção de arábica e 75% do robusta até 2030.
Aqui, a grande questão é: será que o aumento da produtividade e eficiência garante total resguardo para corresponder às expectativas?
Ademais, é preciso considerar o clima, por exemplo com as geadas que impactam fortemente o mercado, podendo manter ou aumentar a oscilação do café. Nesse sentido, talvez uma saída seja cogitar algum tipo de diversificação para reduzir os riscos.
Os planos da União Europeia para 2050 no âmbito ESG é uma redução de 50% no uso de defensivos agrícolas, bem como o reforço da diligência prévia sobre a cadeia de suprimentos.
Essas providências têm por objetivo reduzir o desmatamento e o consumo de produtos provenientes de cadeias produtivas relacionadas ao desmatamento ou degradação florestal.
Por outro lado, a cafeicultura estoca um alto volume de carbono — não só na planta em si, como no solo. Nesse sentido, a adoção de práticas sustentáveis para aumentar este estoque ajuda a combater as dificuldades causadas pelas mudanças climáticas e pelo efeito estufa.
Além do balanço negativo da emissão de carbono pela cafeicultura, há também o excedente de estoque de carbono nas áreas preservadas. O que reforça a consolidação da cafeicultura como parte da solução para os problemas de sustentabilidade.
Porém, para tanto, é preciso investir em tecnologias para escalar e garantir benefícios tangíveis neste contexto.
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