Mesmo o Brasil possuindo mais gados do que qualquer país no mundo e uma gigante área dedicada à pecuária, o consumidor enfrenta dificuldades com os aumentos consecutivos nos preços da carne, que se dá em razão da alta nas exportações.
Atualmente, o Brasil responde por quase 23% do total de carne bovina comercializada externamente — mantendo sua posição como maior exportador global de carne bovina, à frente de EUA, Índia e Austrália.
Sendo que, no 2º trimestre de 2022, foram abatidas 7,32 milhões de cabeças de bovinos — um aumento de 2,7% em relação ao mesmo período de 2021 e 5,2% em comparação com o 1º trimestre de 2022.
Além disso, o 2º trimestre de 2022 apresentou uma produção de 1,93 milhão de toneladas de carcaças bovinas — um incremento de 2,3% comparado com o mesmo trimestre de 2021 e aumento de 5,1% em relação ao 1º trimestre de 2022.
Você irá conferir neste artigo:
Exportação de carne bovina
A carne bovina é um dos principais produtos da pauta exportadora brasileira, ocupando a 4ª posição do ranking de produtos mais vendidos para o exterior — o que pode ser um reflexo da valorização no preço das commodities.
No Brasil, as principais NCMs de exportação de carne bovina são:
- NCM 0202.30.00 — Carnes desossadas de bovino, congeladas
- NCM 0201.30.00 — Carnes desossadas de bovino, frescas ou refrigeradas
- NCM 0206.22.00 — Fígados de bovino, congelados
- NCM 0206.29.10 — Rabos de bovino, congelados
- NCM 0201.20.90 — Outras peças não desossadas de bovino, frescas ou refrigeradas
- NCM 0206.29.90 — Outras miudezas comestíveis de bovino, congeladas
- NCM 0504.00.11 — Tripas de bovinos, frescos, refrigerados, congelados, salgados ou em salmoura, secos ou defumados.
Com a alta dos preços, a receita obtida com as vendas internacionais já atingiu US$ 8 bilhões.
O que representa um peso total exportado de quase 1,4 milhões de toneladas, conforme podemos ver no gráfico abaixo — com dados extraídos do Search Exportação, da Logcomex:
Confira abaixo o peso total exportado por NCM entre os meses de janeiro e setembro de 2022:
Em relação aos modais de transporte, a maior representatividade é do marítimo — com 95,75% das exportações de carne — e o rodoviário, com 4,22%.
Já entre as principais unidades de desembaraço, o top 3 é composto pelo porto de Santos (em São Paulo), o de Paranaguá (no Paraná) e o de Itajaí (em Santa Catarina).
Dentre os estados que mais exportam carne bovina no país, temos São Paulo em primeiro lugar (com quase 2 bilhões das exportações), seguido pelo Mato Grosso (com 1,8 bilhão), Goiás (com pouco mais de 1 bilhão), Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, com 886.542.830 milhões e 791.823.391, respectivamente.
Além da China (a principal compradora da nossa carne bovina) e dos EUA, o Brasil alcança diversos países de todos os continentes — vendendo para países como Chile, países do Oriente Médio como Egito, Israel, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, além de Hong Kong, Filipinas e Itália, dentre outros.
A exportação de carne bovina subiram principalmente devido à maior agressividade dos importadores chineses — além do aumento da demanda de outros compradores significativos, como os EUA.
Por fim, o aumento da compra de carne bovina do Brasil pela Itália se deve principalmente ao feriado de verão italiano conhecido como Ferragosto — que promove o aumento do consumo de carne bovina.
Embargo chinês e as consequências para o Brasil
Responsável por importar mais de 50% de toda a carne bovina brasileira destinada à exportação no passado, em setembro de 2021 — após duas suspeitas do mal da vaca louca em Minas Gerais e no Mato Grosso — a China suspendeu as importações da carne brasileira, retomando em dezembro do mesmo ano.
Em outubro de 2021, mês seguinte ao anúncio do embargo chinês, as exportações de carne bovina caíram 43% no Brasil.
Com isso, a receita chegou a US$ 541,6 milhões — valor 31% inferior ao mesmo período de 2020 e o menor nível de exportação de carne bovina desde 2008.
Sem espaço e com a brusca queda da demanda, frigoríficos foram autorizados temporariamente a armazenar a carne bovina que iria para a China em contêineres refrigerados, o que normalmente não é permitido por medidas sanitárias.
Porém, agora, entre janeiro e agosto de 2022, recuperamos as exportações para a China. Afinal, mais de 5 bilhões de toda a exportação de carne bovina foi destinada ao país asiático.
Ainda assim, o caso do embargo chinês evidenciou a necessidade urgente que o Brasil tem em diversificar o seu mercado, tanto na compra quanto na venda de produtos.
Leia mais: A importância de agregar valor ao produto para o comércio internacional
Mercado interno
Conforme estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 1º de agosto de 2022, a disponibilidade de carne bovina deve atingir a menor proporção histórica em 26 anos: 24,8 kg por pessoa.
O número é reflexo de uma inflação que acumula alta superior a 30% em 12 meses.
Porém, segundo dados do Índice de Preços aos Supermercados (IPS), calculados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), revelou que, apesar da alta de 0,03% nos preços gerais em setembro, as principais carnes de churrasco sofreram queda moderada.
Sendo que a maior redução foi a do filé mignon, que barateou em 6,88% em relação a agosto de 2022.
Enquanto a costela apresentou queda de 2,88% e a alcatra, 2,37%. Outros cortes que tiveram quedas nos preços foram a fraldinha, com redução de 1,71%, e a picanha, com 1,4%.
Novos mercados internacionais
A diversificação é importante para diferentes áreas da economia e no comércio exterior não poderia ser diferente.
O Brasil ainda possui uma forte dependência com as importações e exportações da China e qualquer queda da demanda do país impacta profundamente na receita das empresas brasileiras.
Enquanto a China importou mais de 5 bilhões de carne bovina brasileira entre janeiro e agosto deste ano, os Estados Unidos compraram um valor pouco maior do que 308 milhões.
Essa tendência é muito promissora e deve continuar para que o Brasil possa abrir novos mercados para escoar a produção interna.
Países de outros continentes, como o Oriente Médio, a América do Sul e a Europa também aumentaram as importações da carne bovina brasileira em 2022.
Leia mais: Como a exportação de carne influencia no consumo, na política e na balança comercial brasileira
Como pesquisar informações de exportação no Logcomex Product Intel Export
Essa é a tela inicial do Logcomex Product Intel Export
Vamos pesquisar informações do código NCM de 07133190, para “Feijões das espécies Vigna mungo (l.) Hepper ou Vigna radiata (l.) Wilczek, secos, em grão, mesmo pelados ou partidos”.
Assim, você obtém um panorama completo da exportação do produto.
Você tem acesso a valor exportado, peso exportado, diferenciação por NCM, modais, país de destino, unidades de desembaraço, exportações por estado e detalhes dos embarques. Se interessou? Agende uma demonstração!