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Exportações brasileiras para os EUA crescem 9% e batem recorde

Written by Redação Logcomex | 20.1.2025

As exportações brasileiras para os Estados Unidos avançaram 9,2% em 2024, na comparação com o ano anterior, superando a marca de US$ 40 bilhões (FOB) pela primeira vez na história do comércio entre os dois países, mostram dados da Logcomex.

Em termos de volume, as exportações do Brasil para os Estados Unidos também atingiram níveis inéditos, com 40,7 milhões de toneladas embarcadas, uma alta de 9,9% em relação a 2023.

Os números chamam a atenção, especialmente considerando que as exportações totais do Brasil registraram uma queda de 0,8% em valor (FOB).

Uma série de fatores explica o aumento nas vendas de produtos brasileiros para o mercado americano, incluindo a recuperação da economia dos Estados Unidos, que impulsionou o consumo interno e a demanda por itens importados.

A busca do governo americano por diversificar suas cadeias de suprimentos, de modo a reduzir a dependência da China, também abriu espaço para o Brasil.

Além disso, a desvalorização do real em relação ao dólar tornou os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional.

A indústria de transformação brasileira foi decisiva para o recorde comercial, com uma contribuição de US$ 31,6 bilhões nas exportações, um crescimento de 5,8% ante o ano anterior, ainda de acordo com a Logcomex. O montante representa 78,3% de todas as vendas para os Estados Unidos.

O produto mais exportado no comércio entre os dois países foi petróleo bruto (NCM 2709.00.10), que somou US$ 5,8 bilhões somente em vendas para o mercado americano e liderou as exportações gerais do Brasil em 2024, superando a soja.

Entre os dez produtos brasileiros mais importados pelos Estados Unidos estão ainda o café (NCM 0901.11.10), e a carne bovina (NCM 0202.30.00), que tiveram recorde de vendas ao exterior em 2024.

No relatório trimestral Monitor do Comércio Brasil-EUA, a Câmara Americana de Comércio (Amcham), destaca ainda que, dos dez principais itens vendidos aos EUA, oito apresentaram aumento em valor, refletindo a maior competitividade dos setores.

Para 2025, no entanto, o cenário é incerto. Apesar da tendência do novo governo americano de reduzir ainda mais a dependência da China no fornecimento de produtos importados, possíveis mudanças nas tarifas alfandegárias dos Estados Unidos podem afetar também o comércio com o Brasil.