O valor total das vendas brasileiras de café (SH4 0901) para o exterior em janeiro chegou a US$ 1,3 bilhão (FOB), o que representa uma alta de 79,5% em relação ao mesmo período de 2024 e recorde para o mês em toda a série histórica iniciada em 1997.
O avanço se deve em parte ao aumento do volume exportado, mas principalmente à disparada do preço da commodity no mercado global.
Dados da plataforma NCM Intel, da Logcomex, mostram que o peso líquido total das vendas externas do grão no mês passado foi de 245,7 mil toneladas, um aumento de 9,6% em relação a janeiro de 2024.
O valor do quilograma líquido, por sua vez, saltou de US$ 3,30 para US$ 5,41 em um ano, uma valorização de 63,9%.
A disparada no preço internacional do café está relacionada a fatores climáticos, que derrubaram a produção nos últimos anos nos principais países produtores, como Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia.
No Brasil, o preço do grão acumula alta de 175% desde janeiro do ano passado, segundo indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).
A saca de 60 kg do tipo arábica, que em 17 de janeiro de 2024 valia R$ 965,40, alcançou R$ 2.654,96 na última sexta-feira (7).
A dinâmica dos preços do grão estimula produtores nacionais a voltar sua produção à exportação. Em 2024, as vendas externas de café brasileiro registraram recorde histórico, mostra relatório do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
A alta nas exportações no primeiro mês de 2025 ocorre apesar de relatos no mercado indicarem que os cafeicultores estão retraídos nas vendas, aguardando altas ainda maiores nos preços, visto que os produtores estão capitalizados por conta das boas receitas obtidas nos últimos meses.
Além disso, os produtores estariam menos interessados em vender enquanto aguardam uma definição sobre o tamanho da nova safra do Brasil, que começa a ser colhida por volta de abril.
Por outro lado, os embarques realizados em janeiro podem representar negócios feitos anteriormente por exportadores, que agora estão embarcando grãos negociados no fim do ano passado.