A Coreia do Sul vai garantir 10 mil GPUs para seu centro nacional de IA, enquanto os Estados Unidos dobram a aposta com o Chips Act, incentivando a produção local de semicondutores. No meio desse jogo de gigantes, o Brasil ainda parece estar assistindo da arquibancada — mas talvez não por muito tempo.
Só em 2024, foram mais de US$ 575,5 milhões em semicondutores taiwaneses importados pelo Brasil, segundo a Logcomex.
E o problema vai além do custo: qualquer tensão no cenário geopolítico entre China, EUA e Taiwan pode travar nossa indústria de IA, telecomunicações e veículos elétricos.
Isso porque semicondutores e processadores são a base para o desenvolvimento da inteligência artificial, funcionando como o "cérebro" das máquinas e algoritmos avançados.
Apesar disso, recentemente, pesquisadores brasileiros descobriram novas reservas de terras raras — metais essenciais para fabricar desde semicondutores até turbinas e baterias avançadas —, o que pode colocar o país entre os líderes globais dessa cadeia estratégica.
Para somar, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) já anunciou que seu Laboratório de Terras Raras começará a operar em maio, com foco em desenvolver tecnologias de processamento local. Além disso, a Unesp está usando bactérias para reciclar terras raras, abrindo caminho para uma cadeia produtiva mais sustentável.
Ou seja, enquanto EUA e Coreia do Sul correm para fabricar semicondutores, o Brasil pode se tornar um parceiro estratégico oferecendo os insumos essenciais para esse setor.