A indústria brasileira de pneus está no centro de uma discussão importante: aumentar a tarifa de importação de pneus de 16% para 35%. A medida visa tornar o mercado mais justo frente à concorrência estrangeira, especialmente de países como China, Vietnã e Índia, que oferecem produtos com preços significativamente menores.
De acordo com dados da Associação Nacional da Indústria de Pneus (Anip), os pneus importados já ocupam quase metade do mercado de pneus de carga, saltando de 15% para 47% nos últimos quatro anos. No segmento de veículos de passeio, esse número chega a 62%.
Segundo dados da Logcomex, nos primeiros sete meses de 2024, o volume total de pneus importados cresceu 26%, atingindo 400 mil toneladas.
Em termos de valor, as importações alcançaram US$ 1,17 bilhão, com um crescimento de 15% em relação ao mesmo período de 2023.
Entre os principais tipos de pneus importados estão:
Atualmente, a China é o principal exportador de pneus para o Brasil, respondendo por 43% do total importado, seguida por Vietnã e Índia. No Brasil, Santa Catarina lidera as importações, representando 42% do total nacional, com Paraná e São Paulo no ranking.
A indústria nacional apoia o aumento das tarifas de importação como uma forma de proteger empregos e estimular a produção local. A proposta é vista como uma estratégia para reduzir a dependência de produtos estrangeiros e incentivar a fabricação de pneus no Brasil.
Por outro lado, caminhoneiros e distribuidores de pneus expressam preocupação com o impacto da medida. O aumento das tarifas pode elevar o custo do transporte, resultando em fretes mais caros. Isso afetaria diretamente os preços finais dos produtos, impactando a competitividade no setor logístico.
O aumento das tarifas de importação de pneus é um tema que envolve diferentes perspectivas. Enquanto a indústria nacional vê a medida como uma oportunidade para proteger e impulsionar o mercado interno, setores como o de transporte alertam para o aumento dos custos.