Logcomex Blog

Impacto das Barreiras Comerciais do Brasil no Ferro e Aço da China

Written by Redação Logcomex | 20.1.2025

A aplicação de medidas antidumping, além da elevação do imposto de importação sobre produtos de ferro e aço para 25%, adotadas pelo governo brasileiro em outubro do ano passado, contribuíram para reduzir as compras externas dos itens da China, atendendo a demanda do setor siderúrgico nacional.

De acordo com dados da Logcomex, considerando as classificações incluídas na medida (NCMs 7210.12.00, 7210.50.00, 7212.10.00 e 7212.50.90), o valor das importações caiu de US$ 20,9 milhões (FOB) no mês de setembro para US$ 10,8 milhões em dezembro.

Para as compras dos itens oriundos da China, foi aplicada ainda uma medida antidumping provisória, válida por até seis meses, com sobretaxas entre US$ 257,97 e US$ 341,28 por tonelada importada.

Com isso, a participação da China no fornecimento dos produtos para o Brasil caiu de 45% em setembro para 36% ao fim do ano.

A medida ajuda a fortalecer a competitividade da indústria de ferro e aço brasileira, mas, por outro lado, eleva os custos para fabricantes que dependem do insumo e que utilizavam o material chinês em suas linhas de produção.

Comparado à China, cuja produção é alvo de investigação antidumping, o Brasil enfrenta desafios relacionados a custos mais altos de fabricação, incluindo energia e logística.

Para empresas que dependem dos metais em seus processos de fabricação, a mudança abre oportunidade para explorar novos mercados fornecedores, reduzindo a dependência de um único país e mitigando riscos associados a políticas comerciais.

O aquecimento do consumo de similares nacionais, por sua vez, pode ajudar a ampliar os investimentos do setor siderúrgico, reduzindo preços.

Países como Alemanha, Japão e Reino Unido figuram como importantes parceiros comerciais do Brasil no setor. Ao longo de 2024, os países responderam, respectivamente, por 20%, 18% e 6% das exportações dos produtos de ferro e aço alvo das tarifas mais elevadas para a China.

Diante da barreira comercial sobre os metais chineses, produtores estrangeiros tendem ainda a buscar alternativas para aumentar sua presença no mercado brasileiro, como a instalação de plantas locais ou parcerias estratégicas.

Em resumo, embora o aumento do imposto de importação sobre produtos de ferro e aço represente um desafio para o setor, também abre espaço para que as empresas brasileiras reavaliem suas estratégias, busquem maior eficiência operacional e fortaleçam sua posição no mercado interno e externo.