Os Estados Unidos, um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, estão considerando a implementação de uma tarifa de 10% sobre as importações. Embora essa medida vise proteger a indústria americana, seus efeitos nas exportações brasileiras podem ser significativos.
Nos primeiros 7 meses de 2024, os óleos brutos de petróleo (NCM 27090010) responderam por US$ 3,4 bilhões em exportações, um crescimento de 62% em relação ao mesmo período do ano anterior. Contudo, com as novas tarifas, este aumento pode ser revertido.
Outro setor relevante, o de ferro semimanufaturado (NCM 72071200), já vinha enfrentando desafios antes mesmo do anúncio das tarifas. Em 2023, o volume exportado caiu 21%, e a introdução das tarifas pode agravar ainda mais essa tendência, diminuindo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano.
Além disso, o setor aeronáutico registrou uma queda de 8% em 2023, e a tarifa adicional pode desestimular ainda mais as exportações de aeronaves e componentes, um setor que já sofre com a alta competição internacional.
Os Estados Unidos foram o destino de 81% das exportações de bens manufaturados do Brasil em 2023. Isso mostra a forte dependência do Brasil do mercado americano, especialmente em produtos com alto valor agregado. Contudo, com as novas tarifas, os exportadores brasileiros terão de enfrentar um aumento de custos, o que pode prejudicar a competitividade de seus produtos.
Embora o Brasil não tenha sinalizado qualquer intenção de retaliar com tarifas próprias, as medidas americanas exigirão uma adaptação rápida do setor exportador. Algumas empresas já começam a explorar novos mercados, como a Europa e a Ásia, tentando diversificar seus destinos e evitar a dependência excessiva do mercado norte-americano.