No dia 9 de abril é celebrado o “Dia do Aço”, data comemorada desde 1941 com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) com o propósito de lembrar a sociedade da importância deste material para o desenvolvimento da nação. E, para comemorar a data, trouxemos dados da importação e exportação brasileira de aço.
A saber, o aço se trata de uma liga metálica feita a partir do ferro e carbono. Dados históricos registram que sua fabricação teve início na Ásia Menor cerca de 2.000 a.C.
Aliás, essa época é considerada como a Idade do Ferro, período em que diversas sociedades aprenderam a manusear o metal, e desde então tem sido usado cada vez mais no mundo.
O aço é um componente de grande relevância para o funcionamento das cadeias produtivas e consequentemente da economia, pois se faz necessário desde a construção civil, eletrodomésticos, indústrias, agronegócio até operações de transporte e movimentação de cargas.
A compra e venda internacional pode ocorrer não só com o aço acabado, mas também semi acabado (como minério de ferro, ferro gusa e sucata industrial).
Os dados das importações e exportações deste artigo demonstram que o Brasil é um grande exportador dos semiacabados e grande importador do aço, seja ele em placas, em cabos ou peças.
Antes de mais nada, gostaríamos de destacar que o Brasil figura entre os maiores produtores e exportadores de aço, que inclui os seguintes países:
Ao longo dos anos, com o desenvolvimento do Brasil, o país aumentou a sua produção de aço e conseguiu expandir o seu mercado, porém quanto mais indústrias, maior a demanda por esse produto.
De fato, de janeiro a dezembro de 2022, foram exportados mais de US$ 1,5 bilhão de produtos cujas NCMs são relacionadas ao aço.
Além disso, de acordo com informações da plataforma de análise do mercado de comércio exterior da Logcomex, foram transportadas quase 708 milhões de toneladas do produto.
Ademais, o Brasil é um grande fornecedor de aço para os EUA, que é um dos maiores compradores do produto no mundo.
De fato, em se tratando de rotas de exportação, o principal país de destino tanto em peso quanto em valor FOB foi os Estados Unidos, que fez 29% das importações do aço brasileiro, seguido de longe pela Argentina, que adquiriu 13% do insumo brasileiro:
Em se tratando de unidades de desembaraço, o primeiro lugar disparado é o Porto do Rio de Janeiro. Confira a lista do top 10:
Já entre os principais estados exportadores, figuram no top 10:
Por fim, as exportações via modal marítimo representaram a grande maioria dos embarques no período, seguido pelo rodoviário e aéreo:
Para esta pesquisa, consideramos as seguintes NCMs relacionadas ao aço:
De janeiro a dezembro de 2022, estima-se que o Brasil importou pouco mais de US$ 3 bilhões em aço, a um peso superior a 805 mil toneladas.
Sendo que os principais exportadores do produto para território nacional são China, Estados Unidos e Alemanha. Juntos. Juntos, os países representam mais de 50% da origem de aço que chega ao Brasil.
Em se tratando de unidades de desembaraço, no ranking das principais estão:
Quando falamos da concentração do volume das importações por estado, os principais UFs importadores se revelaram ser:
Em se tratando de modais de transporte, o principal utilizado para a importação de aço estrangeiro é o marítimo, seguido pelo rodoviário e o aéreo.
O cabo de aço é essencial para a elevação de cargas, transporte, construção civil, indústria petroleira, agrícola, automotiva e até mesmo para algumas operações médicas sofisticadas.
As operações de importação de cabo de aço são registradas sob a NCM 7312.10.90: outras cordas e cabos, de ferro ou aço, não isolados para usos elétricos.
Também no módulo de importação da Logcomex, foi feita uma pesquisa sobre as importações entre janeiro e dezembro de 2022 dessa NCM e foi possível observar alguns dados importantes.
Primeiramente, foram importados US$ +74 milhões em valor FOB do produto, com um peso total de quase 35 mil toneladas.
Além disso, os principais países de origem dos cabos de aço importados pelo Brasil são:
Já quando se trata de principais locais de desembaraço, as que se destacaram foram:
Sendo que os principais estados que compram cabos de aço do exterior estão no sudeste, sul e nordeste do Brasil.
Em se tratando dos modais de transporte em peso por modalidade, o principal é o marítimo, seguido de longe pelo rodoviário e o aéreo:
Em 2022, o mercado do aço brasileiro teve retração de 4% em comparação com 2021 (ano em que houve o maior avanço do segmento nos últimos anos).
Contudo, mesmo em queda, avaliou-se que o Brasil teve um desempenho superior em meio a um contexto repleto de obstáculos econômicos globais. Espera-se a mesma resiliência do setor para este ano.
Segundo dados do Instituto do Aço Brasil, o mercado do aço no Brasil está com um crescimento previsto de 2% em 2023, podendo atingir um volume de 35,3 milhões de toneladas.
Isso graças aos sinais de melhora na economia brasileira este ano e também ao contexto otimista para os segmentos que mais demandam a produção siderúrgica.
O Instituto também lista as perspectivas econômicas que impactam nessa projeção, como, por exemplo:
Com efeito, estes três, somados, totalizam 80% de todo o volume de consumo de aço.
Além disso, outros aspectos que impactam positivamente o cenário da importação e exportação brasileira de aço são os lançamentos de obras de infraestrutura, o cenário favorável do agronegócio e os projetos de concessão iniciados nos últimos anos.
Bem como o impulsionamento do segmento de energia fotovoltaica, que usa o aço para produzir seus painéis solares.
Quando se trata de vendas internas, 2022 foi considerado inegavelmente o quarto melhor ano dos últimos dez anos. O que, por consequência, faz com que as empresas em território nacional reforcem seus investimentos, de olho em novos mercados e na expansão de suas capacidades produtivas.
A saber, uma consideração interessante é que, em se tratando de aço, exportamos matéria-prima com baixo valor agregado e importamos o produto acabado.
Assim, conclui-se que a importação e exportação de aço possui extrema importância em diferentes setores da economia. Contudo, o Brasil ainda precisa agregar valor aos seus recursos naturais ao mesmo tempo que enfrenta os importantes desafios da produção de aço paralela à sustentabilidade.
A WorldSteel prevê um aumento de 1% na demanda global por aço em 2023. Sendo que essa baixa porcentagem surge como resultado da inflação e do aumento das taxas de juros mundiais.
Ainda assim, o crescimento moderado indica que a demanda por infraestrutura é que irá aumentar — mesmo que pouco — a demanda por aço este ano a nível internacional.
De acordo com a WordSteel, as projeções para este ano dependem do efeito das políticas monetárias mais limitadas e da capacidade dos bancos centrais ancorarem as expectativas de inflação.
Além disso, a Fitch Ratings (agência de classificação de riscos) destacou que os números do mercado de aço em 2023 devem se estabelecer em patamares parecidos com os de 2011.
A agência aponta, ainda, que mercados que atuam na importação e exportação de aço como o brasileiro tendem a se manter positivos conquanto tenham o apoio do governo para investimentos e custos mais baixos.