O governo federal prorrogou até agosto a suspensão das importações de biodiesel, ampliando o prazo do grupo de trabalho que avalia os impactos da medida. Caso a restrição seja mantida, a proibição completará dois anos, mantendo o mercado fechado para importações e favorecendo a produção nacional.
Com a mistura obrigatória em 14%, as distribuidoras tiveram que contratar 1,1 bilhão de litros no primeiro bimestre de 2024. A regulamentação da ANP permitiria importar até 20% da demanda cativa, mas a suspensão mantém a oferta concentrada na produção local, onde mais de 70% do biodiesel é feito a partir do óleo de soja.
Enquanto isso, segundo dados da Logcomex, as importações brasileiras de combustíveis e biocombustíveis caíram 13% em valor (FOB) e 2% em volume em 2024, comparado a 2023. O óleo diesel, essencial para a matriz energética, teve queda de 14% no valor importado e 1% no volume.
Rússia e Estados Unidos seguem como os principais fornecedores de combustíveis para o Brasil, com 37% e 29% de participação, respectivamente. Entre os estados que mais importam, São Paulo lidera, com US$ 2,5 bilhões, seguido por Bahia e Maranhão.
O debate sobre a política de importação segue aberto. Enquanto a prorrogação pode fortalecer a indústria local e garantir previsibilidade ao setor, também limita a concorrência e pode influenciar os preços internos. A decisão final dependerá das conclusões do grupo de trabalho nos próximos meses.