Inegavelmente, a cerveja é uma das bebidas que desempenha um papel central nas principais celebrações e é consumida em uma variedade de ocasiões. Quer sejam elas festas, happy hours, encontros, churrascos, quer sejam grandes eventos. Além de proporcionar socialização, a cerveja sem dúvida tem um impacto significativo na geração de renda, empregos, na alavancagem do agronegócio, no apoio ao empreendedorismo e até na reciclagem. Mais do que impulsionar a economia, a indústria cervejeira também desempenha um papel social importante, contribuindo para a construção de bases sólidas para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Afinal, ela faz parte da vida dos consumidores, sendo um importante indicador do desenvolvimento sociocultural. Por isso, neste dia da cerveja, reunimos e apresentamos neste artigo os dados sobre o consumo, as tendências e os números da importação de cerveja no Brasil.
O consumo de cerveja no Brasil registrou um aumento impulsionado principalmente pela retomada dos grandes eventos e pela Copa do Mundo.
Os números revelam um consumo total de 15,4 bilhões de litros de cerveja, refletindo com toda a certeza uma notável recuperação após os impactos da pandemia.
Seja como for, o setor manteve um ritmo ascendente, com um crescimento de 8% em comparação a 2021, superando o aumento de 7,7% do ano anterior e demonstrando um crescimento constante nos últimos quatro anos.
O Brasil continua sendo o terceiro maior produtor e consumidor de cerveja do mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
De acordo com o Relatório Global de Consumo de Cerveja da Kirin Holdings, o país ocupa o 24º lugar no consumo por habitante.
Essas informações foram fornecidas pela empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International para o Sindicato das Indústrias de Cerveja (SINDICERV), que representa cerca de 80% da produção de cerveja no Brasil.
O sindicato desempenha um papel importante no debate sobre regulamentos, leis, normas, políticas públicas e práticas que promovam o desenvolvimento da indústria e de suas respectivas cadeias produtivas.
Os dados levantados pelo sindicato confirmam as projeções que já indicavam um aumento significativo no consumo de cerveja.
É interessante observar que esse aumento ocorreu em 2022, mesmo diante do contexto de pressão inflacionária decorrente dos impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como das perturbações nas cadeias de suprimento ainda resultantes da pandemia.
Um estudo recente realizado pela Oxford Economics em nome da Worldwide Brewing Alliance (WBA), uma associação que representa aproximadamente 90% da produção mundial de cerveja, revelou o impacto econômico significativo do setor cervejeiro em nível global.
O estudo abrangeu 70 países, incluindo o Brasil, e destacou a contribuição da indústria para o Produto Interno Bruto (PIB), a criação de empregos e a arrecadação de impostos.
Os resultados revelaram que a indústria cervejeira desempenha um papel fundamental na economia global.
Por exemplo, antes dos efeitos da crise sanitária em 2020, em 2019, a cerveja contribuiu com impressionantes US$ 555 bilhões para o PIB, representando em média 0,8% do PIB por país. Esses números ilustram claramente o impacto econômico substancial do setor.
Além disso, a indústria cervejeira gerou mais de 23 milhões de empregos em todo o mundo, proporcionando oportunidades de trabalho e sustento para muitas pessoas.
Esses empregos variam desde a produção de cerveja até a distribuição, marketing e serviços relacionados. Lembrando que a geração de empregos é um aspecto crucial para o crescimento econômico e o bem-estar social.
Outro aspecto importante destacado pelo estudo foi a arrecadação de impostos gerada pela indústria cervejeira.
No Brasil, o setor cervejeiro desempenha um papel fundamental como gerador de empregos, contribuindo significativamente para a economia do país.
Segundo um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas em 2019, a indústria cervejeira proporcionou mais de 2 milhões de vagas diretas, indiretas e induzidas, representando 2,1% do emprego nacional. Essa cifra é equivalente a 98% dos empregos na cidade de Fortaleza, no Ceará.
O estudo também revelou que, para cada emprego em uma cervejaria, outros 34 novos postos de trabalho são criados na cadeia produtiva, gerando assim uma massa salarial de R$ 27 bilhões.
Além disso, o setor cervejeiro impulsiona uma ampla cadeia de valor, envolvendo indústrias de insumos e distribuição.
Afinal, ele está conectado a setores econômicos diversos, como agronegócio, transporte, energia, veículos, alumínio e vidro. Aliás, essa interconexão resulta em uma arrecadação de impostos anual de aproximadamente R$ 49,6 bilhões aqui no Brasil.
A cadeia produtiva da cerveja representa 2% do PIB do Brasil, tendo contribuído em 2019 com US$ 28,7 bilhões para o PIB nacional, o que equivale a 97% da economia de Porto Alegre.
Esses números evidenciam o impacto expressivo do setor cervejeiro na economia brasileira.
Aliás, mesmo diante das adversidades impostas pela pandemia da Covid-19, o mercado cervejeiro demonstrou resiliência e evolução. Isso reforça seu papel vital na recuperação econômica do país.
O que destaca a importância e o compromisso do setor cervejeiro no desenvolvimento econômico e social do Brasil — conforme destacado por Márcio Maciel, presidente executivo do SINDICERV.
O levantamento do Euromonitor revelou que as marcas Skol e Brahma continuaram liderando o volume de vendas no Brasil, seguidas por Antarctica, Itaipava, Nova Schin e Kaiser.
No entanto, um destaque notável no crescimento do volume de vendas no setor cervejeiro foi a Ambev, que alcançou seu maior volume de vendas na história em 2022.
A empresa obteve um desempenho excepcional tanto no mercado brasileiro quanto em outros países da América Latina e também no Canadá.
No mercado brasileiro, as cervejas do tipo lager são as mais populares, representando impressionantes 97% do volume total vendido no varejo.
Em contrapartida, as cervejas premium têm ganhado destaque como uma categoria em crescimento. Esse crescimento tem atraído investimentos das principais empresas do setor, como Ambev, Heineken, Grupo Petrópolis e até mesmo a Coca-Cola, que tem buscado consolidar sua posição nesse mercado.
Além disso, a empresa espanhola Estrella Galícia também tem direcionado seu foco para o Brasil, considerando-o um mercado estratégico.
Com a diversidade de opções disponíveis e o contínuo investimento no segmento premium, o setor cervejeiro no Brasil continua a evoluir e a oferecer variedade aos consumidores.
As perspectivas para o aumento do consumo de cervejas sem álcool e com teor reduzido de álcool foram apontadas há cerca de 4 anos, indicando uma tendência já observada na Europa e na América do Norte.
Segundo dados da WBA, globalmente, esse segmento movimenta cerca de US$ 10 bilhões, com expectativa de crescimento em cerca de um terço nos próximos anos. Só para exemplificar, somente no último ano, houve um aumento de 5,7% no setor.
No Brasil, a produção dessas cervejas alcançou 390 milhões de litros no ano passado, e o estudo da Euromonitor projeta um aumento de 24% no volume produzido em 2023.
Esse aumento foi impulsionado pela crescente busca por hábitos saudáveis e pela oferta de novos produtos inovadores pelas fabricantes, de acordo com o SINDICERV.
Devido à etapa adicional necessária para remover o álcool na produção desses tipos de cervejas, elas são classificadas como categorias premium, que possuem um custo mais elevado, mas proporcionam margens de lucro mais favoráveis para os fabricantes.
Nesse sentido, a estratégia das empresas é impulsionar o consumo em bares e restaurantes, uma vez que atualmente 70% do consumo dessas bebidas ocorre fora desses estabelecimentos, principalmente em residências.
A expectativa é que esse segmento continue a crescer nos próximos anos, oferecendo oportunidades tanto para as empresas do setor quanto para os consumidores que buscam alternativas de consumo mais equilibradas.
Para o ano de 2023, as cervejarias planejam concentrar seus esforços no crescimento da receita, em vez de simplesmente aumentar o volume produzido.
O que é uma tarefa desafiadora em termos macroeconômicos, com os consumidores mantendo uma renda disponível menor.
Nesse sentido, investir em categorias direcionadas a consumidores com maior poder aquisitivo, ou que preferem adquirir quantidades menores com maior qualidade, pode se mostrar uma estratégia eficaz para garantir o equilíbrio financeiro das empresas.
Essa abordagem permite atender às preferências dos consumidores que valorizam produtos de maior valor agregado, mesmo que em quantidades reduzidas.
Ao enfocar o crescimento da receita, as cervejarias têm a oportunidade de otimizar sua rentabilidade, mesmo em um contexto econômico desafiador.
Nesse sentido, a busca por nichos de mercado com maior poder aquisitivo pode permitir que as empresas enfrentem os desafios macroeconômicos, garantindo um desempenho financeiro sólido.
Essa estratégia também pode envolver o lançamento de novas linhas de produtos premium, investimentos em marketing e promoção direcionados a públicos específicos, além de buscar parcerias estratégicas que impulsionem a visibilidade e a atratividade das marcas.
A importação de uma das matérias-primas para a fabricação da cerveja em território nacional é uma movimentação comum no Brasil.
Apenas de janeiro a junho de 2023, a importação de malte movimentou mais de 323 milhões de dólares.
O grande montante financeiro já traz a ideia da importância e do grande volume de importação do produto no Brasil.
O país de origem para a maioria do malte importado pelo Brasil não surpreende: 24,9% do produto veio da Argentina. De todos os registros, os principais países de aquisição foram, respectivamente:
O modal de transporte mais utilizado para a importação no período foi o marítimo, que representou mais de 98% dos registros.
O restante das importações foram feitas pelo modal rodoviário.
Em se tratando de estados importadores de malte para a produção brasileira de cerveja, a maioria se concentra nas regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste.
Enquanto que as principais cidades brasileiras importadoras de malte são nordestinas. O sul tem Itajaí como maior representante entre as cidades, já o sudeste é representado por Vila Velha, Uberaba e São Sebastião.
O Porto de Vitória foi a principal porta de entrada para o malte, seguido do Porto de Paranaguá:
Outro importante ingrediente utilizado na fabricação de cerveja que é importado pelo Brasil é o lúpulo. Sendo que a importação do produto representou 20 milhões de dólares, totalizando 984 toneladas.
A saber, para obter os dados de importação deste insumo, pesquisamos considerando o período entre janeiro e junho de 2023 as seguintes NCMs:
Nosso maior fornecedor de lúpulo são os EUA — que, sozinho, supera Alemanha, Austrália e França juntas.
Considerando nossos maiores fornecedores, não é surpresa que o principal modal utilizado na importação de lúpulo seja o marítimo. Modal que movimentou quase 99% das cargas do produto. O modal aéreo também é utilizado, mas com participação inferior.
Os principais estados brasileiros importadores estão concentrados no sul, sudeste, centro-oeste e norte do país.
Liderando as cidades brasileiras que mais importam lúpulo está Cariacica, representando o Espírito Santo. Outra representante do estado presente no ranking é Vila Velha.
Entre as cidades importadoras do sudeste também figuram Itu e Barueri, ambas em São Paulo.
No sul, as principais cidades importadoras de lúpulo são Bento Gonçalves, Joinville, Porto Alegre, Itajaí e Toledo.
Falando nas principais portas de entrada do lúpulo importado pelo Brasil, quem lidera o ranking é o Porto do Rio de Janeiro, seguido pelo Porto de Paranaguá.
Outras unidades de desembaraço são o Porto de Rio Grande, Porto de São Francisco do Sul e Itajaí. Figuram também entre os principais URFs o Porto de Paranaguá, o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. Além do Aeroporto Internacional de Viracopos e o Aeroporto Eduardo Gomes.
Já se tratando da importação de cerveja, especificamente, de janeiro a junho deste ano, o produto registrou números bem menos expressivos se comparados à importação do insumo para produzi-la.
Sob a NCM 2203, sua importação nesse período registrou um valor FOB de mais de 3,3 milhões de dólares em registros que ultrapassam a marca dos 2 mil.
Novamente, a Alemanha se encontra no 1º lugar do top 4 países de aquisição, com quase 18% dos registros. O segundo lugar foi ocupado pela Bélgica, praticamente 14%. Outros fornecedores da bebida para o Brasil são Reino Unido, México e Uruguai.
Confira o gráfico:
Na importação de cervejas de malte, o modal marítimo ocupou o 1º lugar na movimentação da bebida de no período, com +65% dos registros. O restante, é transportado via modal rodoviário (34,48%):
Os estados que lideram a importação brasileira de cerveja são São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. Em seguida, empatados, estão Alagoas e Paraná.
Com representatividade bem menor, figuram no ranking também Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rondônia.
Para as cervejas de malte, o Porto de Santos é a principal porta de entrada das importações.
Além dele, também figuram no ranking Itajaí, IRF Santana do Livramento e a alfândega de Uruguaiana. Bem como o Porto de São Francisco do Sul. Bem como a alfândega de Foz do Iguaçu, o Porto de Vitória, o de Rio Grande e o do Rio de Janeiro.
Confira:
Já em se tratando das principais cidades brasileiras importadoras de cerveja, a maioria se concentra nas regiões sul, sudeste e nordeste, conforme a tabela abaixo:
As empresas líderes do setor de bebidas já perceberam que ter acesso a dados de importação pode trazer muito mais escalabilidade para o negócio.
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