A importação de fertilizantes pelo Brasil em janeiro de 2025 chegou a 3 milhões de toneladas, um crescimento de 8,8% em relação ao mesmo mês do ano passado e recorde para o período em toda a série histórica, conforme dados da plataforma NCM Intel, da Logcomex.Em termos de valor, o crescimento das importações foi de 15,5%, alcançando US$ 931,3 milhões (FOB), resultado de uma alta de 5,8% nos preços dos produtos vindos de outros países.
Em janeiro de 2024, o valor médio do quilograma líquido do fertilizante importado era de US$ 0,29. Um ano depois, o preço pago pelo importador é de US$ 0,31.
As principais origens das importações brasileiras são a Rússia, responsável por 25,6% do valor total das compras brasileiras, China (14,3%), Nigéria (8,8%), Marrocos (7,2%) e Canadá (6,4%).
Quarto maior produtor agrícola do mundo, o Brasil é fortemente dependente da importação de fertilizantes para suprir o mercado interno, o que o coloca em uma situação de vulnerabilidade econômica em relação ao cenário global.
O país é o maior importador mundial de fertilizantes, adquirindo 87% do que consome de outros países. De acordo com o Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), o país importa 75% dos fosfatados, 85% dos nitrogenados e 95% dos potássicos.
Flutuações nas cotações internacionais, crises geopolíticas e barreiras comerciais afetam diretamente o custo e a disponibilidade dos produtos no mercado global, impactando a produção agrícola brasileira.
Em 2022, o governo federal laçou o Plano Nacional de Fertilizantes (PFN), para estimular a produção nacional do insumo, com a meta de chegar em 2050 com produção doméstica capaz de atender de 45% a 50% da demanda interna.
Até o momento, no entanto, as importações mantêm a tendência de crescimento em razão, entre outros fatores, do aumento da área produtiva. Em 2024, as compras brasileiras de fertilizantes produzidos em outros países bateram o recorde dos últimos cinco anos.
De acordo com dados da plataforma NCM Intel, da Logcomex, os principais produtos do setor importados em 2024 foram outros cloretos de potássio (NCM 3104.20.90), que totalizaram 13,6 milhões de toneladas (US$ 3,6 bilhões); ureia (3102.10.10), que alcançou 8,3 milhões de toneladas (US$ 2,7 bilhões); e sulfato de amônio (NCM 3102.21.00), que somou 6,1 milhões de toneladas (US$ 956,2 milhões).