A importação de fertilizantes pelo Brasil continua em alta, reacendendo o alerta para a dependência do país de fornecedores internacionais. Levantamento realizado pela agência marítima Williams Brasil mostra que foi agendada a importação de 8,7 milhões de toneladas dos insumos no período de 1º a 18 de novembro.
O relatório leva em conta embarcações já ancoradas, as que estão em largo esperando atracação e ainda as com previsão de chegada até o dia 19 de janeiro de 2025.
Segundo o levantamento, a maior parte das importações (2,4 milhões de toneladas) deve ser desembarcada pelo Porto de Santos (SP). Em seguida, aparece o Porto de Paranaguá (PR), com 2,2 milhões de toneladas de fertilizantes.
Para se ter uma ideia, em outubro foram importadas 4,9 milhões de toneladas de fertilizantes químicos nitrogenados (SH4 3102), fosfatados (SH4 3103) ou potássicos (SH4 3104), de acordo com dados da Logcomex.
No acumulado do ano, foram 36,7 milhões de toneladas dos produtos, um crescimento de 10,7% em relação ao mesmo período de 2023.
O aumento na demanda é impulsionado por diversos fatores, a exemplo da alta nos preços de commodities agrícolas que o Brasil exporta, como soja e algodão, além da volatilidade recente do dólar, que favoreceu as compras internacionais nos períodos de baixa na cotação.
Boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) cita ainda a intensificação dos conflitos no Oriente Médio, que podem impactar diretamente o fornecimento global de fertilizantes.
Segundo a entidade, especialistas têm recomendado que agricultores antecipem aquisições dos insumos “para evitar contratempos tanto de oferta, quanto de elevação abrupta das cotações”.
O Brasil é o maior importador mundial de fertilizantes, adquirindo 87% do que consome de outros países. De acordo com o Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), o país importa 75% dos fosfatados, 85% dos nitrogenados e 95% do potássio.
Embora o principal fornecedor de ureia (NCMs 3102.10.10 e 3102.10.90) para o Brasil seja a Nigéria, 17,6% do valor importado do produto veio do Catar, enquanto outros 17% de Omã. Outros 9,3% referem-se a importações da Arábia Saudita, Barein, Egito e Emirados Árabes Unidos.