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Importações sobem, exportações recuam e balança comercial cai 65% em janeiro

Written by Redação Logcomex | 11.2.2025

A balança comercial brasileira fechou janeiro com saldo positivo de US$ 2,2 bilhões, valor 65,1% menor do que no mesmo mês do ano passado, quando a diferença entre exportações e importações do país ficou positiva em US$ 6,2 bilhões, mostram dados da plataforma NCM Intel, da Logcomex.

O dado é resultado de uma alta de 12,2% nas importações, que somaram US$ 23 bilhões no primeiro mês de 2025, batendo o recorde para janeiro da série histórica iniciada em 1997.

As exportações, por sua vez, tiveram uma queda de 5,7% na mesma comparação, totalizando US$ 25,2 bilhões. Apesar do recuo, o valor foi o segundo maior da história para o mês, atrás apenas de janeiro de 2024, quando as vendas do país para o exterior foram recordes.

As importações da indústria de transformação no mês chegaram a US$ 21,1 bilhões, alta de 13,4% em relação a janeiro de 2024. Embora pouco representativas na balança comercial brasileira, as compras externas do setor agropecuário avançaram 20,3%, alcançando US$ 616 milhões. Já as da indústria extrativa recuaram -9,1%, somando US$ 1,1 bilhão.

Já nas exportações, houve queda de -10,1% na agropecuária, que totalizou US$ 3,8 bilhões, e de -13,6% na indústria extrativa, que consolidou US$ 7,1 bilhões. As vendas externas da indústria de transformação ficaram estáveis (+0,1%), em US$ 14,18 bilhões.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do lado das exportações, a redução no preço internacional da soja, do milho, do ferro, do petróleo e do açúcar foram os principais fatores que provocaram a queda no valor vendido. O quadro foi agravado com a entressafra de milho e de soja.

Do lado das importações, houve altas expressivas na aquisição de equipamentos de transporte (34,8%), equipamentos elétricos (29,4%), metais básicos (23,58%) e máquinas e equipamentos (17,9%), mostram dados da Logcomex.

Em 2024, o superávit da balança comercial brasileira já recuou 24,6% em relação a 2023, em razão de uma queda no valor total de exportações motivada principalmente pelo recuo na cotação de commodities agrícolas e da alta do dólar frente ao real. As importações, por sua vez, subiram puxadas por bens de capital e bens de consumo.

O recuo no saldo comercial traz desafios para a economia brasileira, uma vez que reduz a arrecadação, impacta o crescimento econômico e o desenvolvimento industrial, pressionando a taxa de câmbio e consequentemente gerando inflação interna.

As perspectivas para o comércio exterior do Brasil no ano de 2025, no entanto, ainda são incertas, principalmente em razão do cenário geopolítico global.

O aumento do protecionismo entre potências como China e Estados Unidos pode fechar portas para exportações brasileiras, como no caso do aço para o mercado americano.

Ao mesmo tempo, o mesmo movimento internacional abre espaço para exportações brasileiras para economias impactadas por barreiras comerciais, como a China, que busca fornecedores de commodities agrícolas para substituir os Estados Unidos.