O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou nesta quinta-feira (21) um investimento total de R$ 4 bilhões em empreendimentos portuários e hidroviários voltados à aprimorar a logística interna e com vizinhos sul-americanos.
A maior parte do recurso será destinada à construção de 400 balsas e 15 empurradores para o transporte hidroviário de minérios de ferro e de manganês pelos rios Paraná e Paraguai, cujo investimento total será de R$ 3,7 bilhões.
De acordo com a pasta, o empreendimento deve gerar mais de 10 mil empregos e ampliará o escoamento dos minerais extraídos em Corumbá (MS) e carregados em barcaças pelas hidrovias, atravessando mais de 2,5 mil quilômetros pelo Rio Paraguai até chegar ao terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai.
As embarcações serão construídas e entregues pela LHG Logística nos próximos quatro anos. A frota ficará comportada em seis estaleiros nacionais, localizados nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste. O projeto será financiado pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM).
Minério de ferro (NCM 2601.11.00) é o principal produto exportado pelo Brasil por via fluvial, segundo dados consolidados pela Logcomex. Dos US$ 255,5 milhões (FOB) em remessas enviadas a outros países por meio de rios entre janeiro e outubro de 2024, US$ 176,4 milhões correspondem a carregamentos do minério.
O estado de Mato Grosso do Sul é o principal estado exportador por via fluvial, respondendo por 97% das exportações brasileiras pelo modal. Argentina e Uruguai, juntos, respondem por 95% das compras de produtos brasileiros transportados por rios.
Segundo o governo, as novas balsas e empurradores devem aumentar o escoamento de minérios em cerca de 6 milhões de toneladas por ano, mais do que o dobro da capacidade atual.
Em 2023, ainda de acordo com dados da Logcomex, foram escoados 4,8 milhões de toneladas de minério de ferro e 47 mil toneladas de minério de manganês (NCM 2602.00.90) do Mato Grosso do Sul por meio de rios.
Na área portuária, foram assinados ainda contratos para investimentos nos portos de Santarém e Vila do Conde, ambos no Pará, que somam cerca de R$ 300 milhões. As obras devem garantir a modernização dos terminais, contribuindo para melhoria da segurança das operações, segundo o governo.