O mercado global de chips se prepara para um salto massivo de investimentos entre 2025 e 2027.
De acordo com a SEMI - Associação global da indústria –, a projeção é que os fabricantes de semicondutores gastem US$ 400 bilhões, em valor recorde, para a produção.
China, Coreia do Sul e Taiwan lideram a corrida global. A demanda crescente por chips de inteligência artificial e memória, somada às tensões comerciais entre EUA e China, impulsiona esse aumento de investimentos.
As empresas brasileiras que dependem de semicondutores para suas cadeias produtivas e tecnologias terão a oportunidade de explorar uma maior diversidade de fornecedores.
Com a Coreia do Sul, Taiwan e a própria China intensificando a produção, a oferta de chips pode ganhar um fôlego, favorecendo empresas nacionais em setores como automotivo, eletrônico e industrial.
A explosão de investimentos em semicondutores abre portas para empresas brasileiras que desejam desenvolver parcerias ou adquirir tecnologias de ponta.
As instituições governamentais e privadas podem explorar incentivos internacionais e criar novas áreas de tecnologia, especialmente em inteligência artificial e IoT, que exigem chips cada vez mais avançados.
Além disso, com a pressão entre EUA e China, há uma janela para que o Brasil se posicione como um parceiro neutro e estratégico para ambas as potências, fomentando oportunidades de cooperação tecnológica e comercial.
Apesar dos investimentos globais crescentes, o Brasil ainda carece de uma estratégia robusta para se integrar ao mercado de produção de chips de alto valor agregado.
Sem um plano de inovação local, as empresas brasileiras correm o risco de ficarem reféns de flutuações nos preços globais e na oferta.
Outro ponto que merece atenção, refere-se aos impactos que o aumento dos investimentos em fabricação de chips nos países asiáticos pode provocar.
Como exemplo, podemos citar o aumento da concorrência global que pode trazer desafios para as empresas brasileiras que dependem da importação de equipamentos e semicondutores.
A manutenção de políticas protecionistas entre EUA e China, por exemplo, pode tornar a compra de componentes mais cara e imprevisível, afetando diretamente os custos das indústrias nacionais.
Além disso, o avanço tecnológico acelerado nesses países pode criar uma distância ainda maior entre o Brasil e os principais produtores de chips, consolidando a dependência de importações e limitando o desenvolvimento interno de tecnologias de ponta.
De acordo com a Logcomex, de janeiro a agosto de 2024, o setor de fabricação de produtos informáticos, eletrônicos e ópticos registrou um discreto aumento de 2% no valor FOB exportado.
Já a fabricação de componentes eletrônicos e placas, registrou queda de 4% no valor FOB exportado para o Brasil e aumento de 31% no peso em Kg Líquido.
Confira, a seguir, as principais NCMs mais exportadas pela China, Taiwan e Coreia do Sul.
De janeiro a agosto de 2024, essa NCM registrou queda de 29% no FOB exportado– US$ 1.850 bilhão e aumento de 31% na variação do peso em Kg Líquido, em comparação com o mesmo período do ano passado.
A NCM 8542.31.20 registrou queda de 6% no valor FOB exportado - mais de US$ 1 bilhão —, embora tenha tido um aumento de 47% na variação do peso em Kg Líquido, em comparação com o mesmo período de 2023.
A NCM 8524.91.00, registrou aumento de 48% na variação do valor FOB exportado –US$943 milhões — e de 31% na variação do peso em Kg Líquido, comparando com o mesmo período de 2023.
Essa NCM registrou um discreto aumento de 6% na variação FOB exportada – mais de US$ 846 milhões –, enquanto o peso em Kg Líquido aumentou 24% em comparação com o período analisado em 2023.
No top 5 temos a NCM 8542.39.39, que registrou aumento de 24% no valor FOB exportado — US$ 590 milhões — e de 57% no peso em Kg líquido, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A China lidera as exportações com mais de US$ 8 bilhões de valor FOB movimentado e 77% das operações. Já a Coreia do Sul vem em segundo lugar, com mais de US$ 1 bilhão de FOB exportado, e representando 12% das operações. Taiwan ocupa o terceiro lugar, representando 10% das operações.
No Brasil, os estados importadores compreendem:
O Aeroporto Internacional de Viracopos consolida-se como a principal unidade de desembaraço aduaneiro, representando 22% das movimentações.
Em seguida, vem o Porto de Santos com 20%, Aeroporto Eduardo Gomes com 17% das operações, Porto de Manaus, com 14% e Porto de São Francisco do Sul com 5% respectivamente.
Já em relação aos modais de transporte utilizados, de janeiro a agosto de 2024, o marítimo aparece com 52,71%, enquanto o aéreo aparece com 47,22%..