A APM Terminals, subsidiária do grupo dinamarquês Maersk, deu início na última sexta-feira (22) à construção de um novo terminal no Porto de Suape (PE), em uma cerimônia de lançamento da pedra fundamental da obra. Com um investimento de R$ 1,6 bilhão, a empresa projeta ampliar em 55% a capacidade de movimentação de contêineres no complexo.
A previsão é que o novo terminal comece a operar no segundo semestre de 2026 com capacidade inicial para movimentar 400 mil TEUs. A ideia é que o local atenda o mercado local e funcione como um hub logístico para o Nordeste e o Norte do Brasil.
Alinhado com metas globais de sustentabilidade, o projeto foi desenvolvido para ser o primeiro terminal de carga totalmente elétrico da América Latina. A infraestrutura vai incluir equipamentos portuários elétricos, operações de controle remoto, gates automatizados, scanner, balanças integradas, entre outras tecnologias.
Ocupando 49,2 hectares, o empreendimento é resultado do processo de revocacionamento do cluster naval de Suape, após a venda de parte da área pertencente ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS). A negociação teve desfecho em 2022, com a realização de um leilão no qual a Maersk fez a maior oferta, no valor de R$ 455 milhões.
De acordo com a AMP Terminals, durante a fase de construção, o novo terminal deve gerar cerca de 2,5 mil empregos, sendo 500 diretos e 2 mil indiretos. Na operação, o número passa a ser de aproximadamente 350 postos de trabalho diretos e 1,4 mil indiretos.
Segundo dados da Logcomex, o Porto de Suape movimentou 5 milhões de toneladas em importações e 806 mil toneladas de carregamentos destinados à exportação nos dez primeiros meses de 2024.
As importações no local, que movimenta principalmente granéis líquidos, como gasolina, óleo diesel, querosene de aviação e outros propanos liquefeitos, foram impulsionadas neste ano pela disparada de carregamentos de carros elétricos e híbridos.
Recentemente o canal externo do porto passou por um processo de dragagem que aumentou a profundidade da área para 20 metros, permitindo que navios de classe mundial possam atracar com carga máxima.
No início do mês, a atracação do porta-contêineres MSC Juliette no Porto de Suape marcou o início de uma rota regular e semanal de longo curso entre a costa do Nordeste brasileiro e o continente asiático.