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Montadoras brasileiras preparam pedido de antidumping contra BYD e GWM

Written by Redação Logcomex | 6.2.2025

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estuda apresentar ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) um pedido de antidumping contra montadoras chinesas.

Os principais alvos seriam a BYD e a GWM, que, enquanto preparam fábricas para produção local de seus modelos, desembarcam no Brasil milhares de unidades produzidas na China.

Em 2024, as importações de veículos híbridos e elétricos encerraram o ano com um valor total (FOB) de US$ 4,5 bilhões, uma alta de 85,2% em relação ao ano anterior, mostram dados da plataforma NCM Intel, da Logcomex. Considerando os modelos puramente elétricos, o avanço chegou a 107,7% na mesma comparação.

Os modelos produzidos na China somaram US$ 3 bilhões, o que representa 67,9% do total e um crescimento de 186,3% em relação a 2023.

De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram emplacados 174,7 mil carros híbridos e elétricos no Brasil em 2024, uma alta de 88,22% em relação a 2023.

Entre os híbridos, a BYD liderou os emplacamentos, com 32,6 mil unidades, seguida pela GWM, que somou 22,9 mil. Juntas, as chinesas responderam por 48,43% das vendas dos modelos.

Já entre os carros puramente elétricos, a participação das duas montadoras chegou a 83,32%. Dos 60,1 mil unidades 100% movidas a bateria vendidas no ano, a BYD foi responsável por 43,8 mil, enquanto a GWM somou 6,3 mil.

Desde o ano passado, a Anfavea defende um aumento imediato no imposto de importação de veículos elétricos, além de um pacote de medidas para incentivar as exportações do setor.

Para a entidade, as medidas seriam fundamentais para reequilibrar os volumes de exportações e importações e evitar um novo déficit na balança comercial do setor.

No fim de 2023, de modo a proteger a indústria automotiva nacional, o governo anunciou a retomada e o aumento gradual do imposto de importação sobre automóveis híbridos e elétricos.

A partir de janeiro de 2024, passou a incidir alíquota de 10% sobre carros 100% elétricos, 12% sobre híbridos plug-in e 15% sobre os demais híbridos. A partir de julho, a tributação subiu para 18%, 20% e 25%, respectivamente. 

Em julho de 2025, o imposto salta para 25%, 28% e 30%, e em julho de 2026 vai a 35% para as três categorias.

As fabricantes locais, no entanto, querem que o governo federal antecipe o aumento das alíquotas, seguindo uma tendência global. Outras sugestões incluem mudanças regulatórias que reduzam o Custo Brasil e apoiem acordos bilaterais com países que são destinos das exportações brasileiras.