Depois de toda contextualização sobre o Comércio Exterior japonês e sua relação com o Brasil, veremos algumas notícias recentes que podem influenciar as relações entre estes dois países.
Você sabia que no Japão o salário-mínimo é estipulado por hora? E que há algumas negociações envolvendo o Japão e o Mercosul em tramitação?
Ou seja, temos muito para conversar. Vamos nessa!
Entre julho de 2013 e novembro de 2017 foi desenvolvido o Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada em Desastres Naturais (Projeto Gides) entre Brasil e Japão.
Seus objetivos, em suma, eram melhorar a capacidade brasileira de avaliar e reduzir riscos, aperfeiçoar o monitoramento e conduzir pesquisa, desenvolvimento e inovação sobre desastres naturais.
Nesse projeto, a cooperação técnica com o Japão contribuiu na aquisição de conhecimentos e tecnologias pelo intercâmbio de informações e envolveu quatro ministérios brasileiros, além da Agência Brasileira de Cooperação e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Cemaden).
Saltando para o ano de 2019, nos dias 29 e 30 de julho foi realizada a 22ª reunião do Conselho Empresarial Brasil-Japão.
O evento reúne empresas privadas japonesas lideradas pela Federação das Organizações Econômicas do Japão (Keidanren) e brasileiras lideradas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Nesta edição, fizeram-se presentes 430 participantes — dentre os quais 130 eram japoneses — e foi adotada a Declaração Conjunta CNI-Keidanren para o Acordo de Parceria Econômico (EPA) Japão-Mercosul.
Os responsáveis pela chancelaria foram o Presidente do Comitê Econômico Japão-Brasil, Masami Lijima, e o Presidente do Conselho Empresarial Brasil-Japão, Eduardo de Salles Bartolomeu (Embaixada Japonesa).
O acordo proporcionaria a abertura de mercado de ambos os lados e os principais interesses brasileiros são a exportação de produtos de agronegócio e de setores da indústria (Estadão).
Contudo, o acordo passa por um período de estagnação.
Na visita de Jair Bolsonaro ao Japão em outubro de 2019 não foram publicadas informações concretas (Jornal do Comércio) e a visita do então primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao Brasil, em novembro de 2019, foi cancelada (segundo informações da Gazeta do Povo).
Essa parceria econômica, se for concretizada, consolidará o Comércio Exterior brasileiro no Japão e facilitará outros acordos.
O Primeiro-ministro japonês renunciou ao cargo em 28 de agosto, um ano antes do fim de seu mandato, por problemas de saúde:
“Minha saúde não é a adequada, e problemas de saúde não podem levar a decisões políticas erradas”
Shinzo Abe em coletiva de imprensa quando da sua renúncia.
Sua agenda já estava menos ocupada em virtude de necessitar ir seguidamente ao Hospital Universitário de Keio, em Tóquio (El país).
Da mesma forma, vinha passando por uma grande desaprovação por parte dos cidadãos japoneses, por conta de algumas medidas tomadas durante a pandemia — como a priorização econômica e a demora em implementar o confinamento (BBC).
A renúncia foi oficializada em 16 de setembro, quando enfim foi anunciado o novo Primeiro-ministro, Yoshihide Suga, de 71 anos.
Ele foi escolhido pelo Parlamento do Japão após ter sido eleito como novo líder do Partido Liberal Democrata (PLD) no dia 14 de setembro e ocupará o cargo até as eleições em setembro de 2021 (G1).
Suga possui como principal desafio a sua falta de experiência internacional e a pouca articulação com os líderes das potências mundiais nesse momento de crise econômica global, além disso, precisa encontrar formas de lidar com a pandemia da COVID-19.
Desse modo, a transição terá impactos relevante no Comércio Exterior do Brasil dependendo da posição do novo primeiro-ministro quanto ao acordo entre o Japão e o Mercosul.
No dia 29 de setembro tomou lugar uma reunião extraordinária do Conselho Empresarial Brasil-Japão (Cebraj). O encontro foi virtual e a reunião presencial que estava marcada para este ano em Tóquio foi adiada para 2021.
Representantes do setor privado dos dois países estavam presentes para discussão, sobretudo sobre os efeitos da pandemia nas relações comerciais e as oportunidades de cooperação para a retomada da economia.
É mútuo o entendimento entre os representantes dos dois países de que é necessário estreitar laços para que as duas economias ampliem o fluxo de comércio e investimentos no pós-pandemia.
Também foram feitas considerações importantes sobre a atividade industrial brasileira e as movimentações no cenário internacional.
Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirmou:
“É preciso avançar na remoção de barreiras comerciais impostas a produtos brasileiros e no apoio ao pedido de adesão do Brasil à OCDE”.
Enquanto do outro lado, Masami Lijima, presidente da seção japonesa do Cebraj, disse:
“Não podemos ver com pessimismo essa situação, que é crítica, mas como oportunidade para vermos um novo mundo após a crise” (Comex do Brasil).
O governo japonês, por meio da Agência dos Serviços de Imigração, divulgou no começo de outubro os dados dos residentes estrangeiros no Japão, contabilizados até 30 de junho de 2020.
Foi a primeira queda em 7 anos, posto que, tiveram 1,6% a menos em relação a 31 de dezembro de 2019 (2.885.904 imigrantes).
Cujo declínio pode estar, de acordo com a agência, diretamente relacionado às restrições associadas à disseminação do novo coronavírus.
Em relação a dezembro, as nacionalidades que mais apresentaram queda do número da comunidade que vive no Japão são:
No Japão, assim como em muitos outros lugares, é direito do trabalhador receber o salário com valor equivalente ou superior ao mínimo.
O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar divulgou a tabela atualizada com as alterações feitas no ano de 2020. No arquipélago nipônico, cada província determina seu valor por hora e, em geral, é atualizado em outubro.
Este ano, com os reflexos econômicos da pandemia, os ajustes foram em suma, pequenos.
O salário mais baixo é de Okinawa e Oita, com 792 Ienes/hora (+/-R$42,00), enquanto Tóquio é o mais alto, 1.013 Ienes/hora (+/-R$54,00).