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OMC projeta alta de 2,7% no comércio mundial em 2024

Written by Redação Logcomex | 14.10.2024

A Organização Mundial do Comércio (OMC) revisou para cima a estimativa de crescimento do comércio internacional de mercadorias para 2024. Na atualização de outubro do relatório “Global Trade Outlook and Statistics”, a entidade elevou de 2,6%, como constava no documento de abril, para 2,7% a projeção da variação do comércio global de bens.

Embora a variação, discreta, indique estabilidade, houve mudanças significativas nos contrastes regionais. O documento ressalta que a demanda por bens comercializados neste ano tem sido mais fraca do que o esperado na Europa, mas mais forte do que o previsto na Ásia.

Os riscos para a previsão, conforme o relatório, estão relacionados a conflitos regionais, tensões geopolíticas e incertezas políticas. Uma escalada do conflito no Oriente Médio poderia interromper ainda mais o transporte e aumentar os preços da energia, dada a importância da região na produção de petróleo.

De acordo com a OMC, a Ásia provavelmente será a região de crescimento mais rápido no ano, onde o PIB deve subir em torno de 4%, enquanto a região de crescimento mais lento será a Europa, com 1,1%.

O desempenho mais forte do que o esperado nas exportações asiáticas foi impulsionado pelo aquecimento nos setores de eletrônicos, produtos automotivos e outros bens manufaturados da China, acompanhado de outras economias, como Índia, Vietnã e Cingapura, também observando crescimento robusto nas vendas internacionais.

Já o declínio das exportações da Europa foi puxado por uma contração nos setores automotivo e químico, ambos concentrados na Alemanha, país cujo PIB variou negativamente (-0,1%) no segundo trimestre.

Brasil deve ter alta em importações e queda em exportações em 2024

O governo brasileiro projeta uma alta de 3,5% na corrente de comércio do país ao fim de 2024, com uma variação positiva de 10,2% nas importações e negativa de -1,2% nas exportações.

De acordo com dados da Logcomex, o valor total (FOB) de exportações brasileiras no acumulado do ano até setembro teve crescimento de 0,8% em relação ao mesmo período de 2023. Em relação às importações, a alta foi de 8%.

Ainda segundo dados da Logcomex, as vendas da China para o Brasil cresceram 17% nos nove primeiros meses de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado, variando de US$ 39,5 bilhões para US$ 46,3 bilhões.

A entrada de produtos importados do Vietnã no Brasil cresceu ainda mais proporcionalmente, de US$ 2,2 bilhões para US$ 2,7 bilhões, alta de 22%, considerando o período de janeiro a setembro de 2024 ante mesmo intervalo de 2024.

Já as importações brasileiras com origem na Europa tiveram crescimento menor, de 6,7%.

A OMC desaca que, de modo geral, bancos centrais ao redor do mundo vêm promovendo cortes nas taxas de juros diante da queda na inflação. Mas cita o Brasil e o Japão como exceções a essa tendência, uma vez que ambos subiram recentemente as taxas de juros devido a pressões inflacionárias persistentes.

Variações menores de preço aumentam a renda familiar real e impulsionam gastos do consumidor, enquanto taxas de juros reduzidas tendem a elevar os investimento das empresas.

Para 2025, a OMC revisou para baixo, de 3,3% para 3%, a estimativa de crescimento do comércio internacional de mercadorias. A redução é explicada pelo desempenho mais fraco do que o previsto inicialmente da Europa para o comércio global.