A Petrobrás está em vias de fechar um importante acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que poderia permitir a revitalização do campo de Tupi, um dos maiores responsáveis pela produção de petróleo do Brasil.
Esse movimento estratégico é crucial para evitar o declínio natural de um dos maiores ativos da companhia e, ao mesmo tempo, manter o Brasil entre os maiores produtores de petróleo do mundo.
A capacidade de prolongar a vida útil do campo de Tupi por mais 27 anos é uma vantagem competitiva significativa. Com a instalação de novas plataformas FPSO (que podem custar até US$ 4 bilhões), a empresa garante uma produção estável e eficiente em águas ultra profundas.
Esse é um alicerce para que a Petrobrás continue gerando receita em larga escala, contribuindo com tributos massivos ao governo brasileiro, além de manter a balança comercial favorável.
Para o Brasil, isso significa mais previsibilidade em sua fonte de receita estratégica, beneficiando não apenas o setor energético, mas também cadeias de fornecedores locais, logística e comércio internacional, além de garantir que o país continue sendo um player importante nas exportações de petróleo.
Além disso, a revitalização do campo de Tupi apresenta uma oportunidade de ouro para a Petrobrás e outras empresas envolvidas.
A expansão da produção por mais 27 anos permitirá a utilização de tecnologias avançadas na exploração e extração de petróleo, geração de empregos e movimentação da cadeia de fornecedores industriais e de tecnologia.
Descoberto em 2006 e localizado na Bacia de Santos, a cerca de 300 Km da costa do Brasil, na região do Pré-Sal, o campo de Tupi é considerado um dos maiores reservatórios de petróleo do mundo.
A produção teve início em 2010 e foi fundamental para a Petrobrás e para o Brasil, posicionando o país entre os dez maiores produtores de petróleo, gerando centenas de bilhões de dólares em tributos.
É válido ressaltar que em 2023, o campo de Tupi ultrapassou sozinho a produção de petróleo de países como Colômbia, Venezuela, Reino Unido e Argentina.
Países produtores de petróleo mundiais vêm enfrentando desafios relacionados ao declínio das reservas. O México é um exemplo de país que vem enfrentando queda livre na produção de petróleo no campo offshore Cantarell que já atingiu seu pico de produção nos anos 2000.
Entenda o cenário das exportações brasileiras de óleos brutos de petróleo — NCM 2709.00.10 — de janeiro a agosto de 2024, segundo dados da Logcomex.
De acordo com a Logcomex, de janeiro a agosto de 2024, as exportações de óleos brutos de petróleo (NCM: 2709.00.10), registraram aumento de 21% no valor FOB – US$ 31,5 bilhões – em comparação com o mesmo período de 2023. O peso exportado também aumentou 19% neste ano, registrando mais de 62 toneladas.
O estado do Rio de Janeiro foi o principal exportador neste período, representando 80% do valor FOB – US$ 25,2 bilhões. São Paulo aparece com 7% do FOB movimentado — US$ 3,2 bilhões.
Em relação às quatro principais unidades de desembaraço aduaneiro, o Porto de Itaguaí aparece em primeiro lugar com 34% do FOB movimentado - ou seja - US$ 11 bilhões de FOB.
O IRF Campo dos Goytacazes ocupa o segundo lugar com 31% do FOB movimentado – US$ 10 bilhões. Niterói vem em terceiro lugar, com 17% do FOB movimentado, ou seja, US$ 5,4 bilhões.
Já o Porto de Santos está em quarto lugar no ranking das principais unidades de desembaraço aduaneiro, com 13% do FOB, ou seja, US$ 4 bilhões de valor FOB movimentado.
A China é o principal destino das exportações brasileiras de óleos brutos de petróleo, com 45% das operações e mais de US$ 14 bilhões de valor FOB.
Os Estados Unidos da América (EUA) vêm em segundo lugar, com 13% das operações e US$ 4 bilhões de valor FOB movimentado.
A Espanha aparece na terceira posição com 10% de representatividade das operações e US$ 3,2 bilhões de valor FOB movimentado.
Em relação ao cenário das importações brasileiras de óleos brutos de petróleo (NCM: 2709.00.10), de janeiro a agosto de 2024, houve discreta queda de 3% no valor FOB em comparação com o mesmo período do ano passado, saindo de US$ 6,1 bilhões, para US$ 6 bilhões em 2024.
Também houve discreta queda de 7% no peso importado, reduzindo de 10 bilhões de megatoneladas de janeiro a agosto de 2023, para 9,3 bilhões no mesmo período em 2024.
O Estado da Bahia (BA) foi o principal importador de óleos brutos de petróleo, com US$ 2 bilhões de valor FOB movimentado (32%)..
Em segundo lugar, aparece o Rio de Janeiro (RJ) com US$ 1,9 bilhão de FOB movimentado (31%).
O Rio Grande do Sul (RS) aparece em terceira posição no ranking, com US$ 1,1 bilhão de FOB movimentado (19%), enquanto São Paulo (SP) aparece em quarto lugar com US$ 532 milhões de FOB movimentado (9%) das operações.
Com apenas 5% das importações, vem o Paraná (PR) com US$ 281 milhões de valor FOB movimentado.
A Arábia Saudita aparece em primeiro lugar no ranking dos principais países exportadores de óleos brutos de petróleo (NCM 2709.00.10), com US$ 1,3 bilhão de valor FOB movimentado.
Os Estados Unidos da América (EUA) vêm em segundo lugar com mais de US$ 1 bilhão de valor FOB movimentado (17%), seguido da Angola com US$ 637,5 milhões de valor FOB exportado (11%)..
Em relação às principais unidades de desembaraço aduaneiro, listamos quatro principais:
A revitalização do campo de Tupi destaca a importância estratégica dessa iniciativa para a indústria do petróleo brasileira e sua economia como um todo.
O potencial de prolongar a produção do campo por mais 27 anos representa não apenas uma vitória para a estatal Petrobrás, mas também um impulso significativo para o setor energético e a economia nacional.
Com a expectativa de um acordo favorável, a Petrobrás não apenas revitaliza um ativo estratégico, mas também impulsiona uma cadeia de relacionamentos que envolve fornecedores, logística e comércio internacional.
Essa sinergia pode resultar em um ecossistema mais robusto e dinâmico, promovendo uma economia sustentável do país como um todo, estabelecendo um ciclo virtuoso de crescimento e desenvolvimento.
O futuro do campo de Tupi é, portanto, um reflexo das aspirações e desafios que moldam a indústria de petróleo e gás no Brasil e no mundo, representando uma oportunidade singular para redefinir o potencial econômico do país.