Em período de entressafra, o beneficiamento e a saída de arroz do Rio Grande do Sul apresentam queda, gerando, por sua vez, uma entrada maior do cereal importado. Com isso, os preços da commodity caíram na última semana para os patamares de maio de 2024, refletindo a pressão de atacadistas e varejistas, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP).
Na quinta-feira (14), a cotação do arroz em casca, pelo indicador do Cepea/Irga, estava em R$ 111,63 para a saca de 50 quilos, uma queda de 6,04% desde o início de novembro, quando estava em R$ 118,42.
Conforme os números do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o beneficiamento e saída de arroz do Rio Grande do Sul caiu 9,13% de setembro para outubro, para 601,7 mil toneladas em equivalente casca (peso considerando o grão não polido e não esbramado).
Dados consolidados pela Logcomex mostram que as importações totais de arroz, considerando todas as variedades (SH4 1006), saltaram de 73,2 mil toneladas em setembro para 86,3 mil toneladas em outubro, uma alta de 17,9% no período.
Já o valor total de importações (FOB) subiu em proporção menor, de 10,8% (US$ 52,8 milhões para US$ 58,5 milhões), refletindo uma redução no preço médio dos carregamentos.
No acumulado de janeiro a outubro de 2024, o Brasil já importou 981 mil toneladas de arroz, um crescimento de 8% em relação ao mesmo período de 2023.
Quase metade do total de arroz importado no período provém do Paraguai, que somou 49% do valor total das compras brasileiras do produto no exterior até outubro deste ano. Outros importantes fornecedores do cereal para o Brasil incluem Uruguai (26%), Tailândia (16%) e Argentina (5%).