A chegada de produtos importados da China para o Brasil tem se tornado desafiadora para os empresários e indústrias locais.
Isso porque o país asiático tem praticado preços mais baixos que a concorrência, e facilitado o acesso aos seus produtos.
Um dos motivos para este cenário está relacionado às barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos da América (EUA) e a União Europeia que fazem com que a China direcione seus produtos - que tem escalabilidade e velocidade na produção - para outros países, como o Brasil.
Para alterar esse cenário, muitos empresários defendem o aumento da alíquota de importação sobre mercadorias provenientes da China, similar ao que ocorre com os carros elétricos.
O primeiro semestre de 2024 foi marcado pelo aumento em 14,5% do valor FOB movimentado pela China em comparação com o mesmo período do ano passado. O volume importado também aumentou em 18%.
A fabricação de produtos químicos básicos e compostos nitrogenados, plásticos e borracha sintética em formas primárias, apresentou discreto aumento de 11% no volume importado e uma queda de 17% na variação do valor FOB movimentado.
Também é válido destacar a fabricação de componentes eletrônicos e placas, que apesar de uma leve queda de 16% nas variação do valor FOB de janeiro a junho de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, houve um aumento de 30% na variação do peso líquido importado.
Dentre os principais produtos importados da China no primeiro semestre de 2024, podemos destacar:
Nos primeiros seis meses de 2024, o Brasil importou 51 mil unidades da China, um aumento de 449% em comparação ao mesmo período de 2023, segundo dados da ANFAVEA.
Para se proteger, os Estados Unidos elevaram o imposto de importação desses veículos para 100%, enquanto a União Europeia ajustou suas tarifas para até 38%.
No Brasil, a tarifa atual é de 18%, com previsão de aumento para 35% apenas em 2026. As montadoras brasileiras, no entanto, pedem que essa mudança ocorra o quanto antes.
Algumas das unidades de desembaraço brasileiras portas de entrada dos produtos da china, são:
O modal marítimo representa 88,90% das operações, enquanto o aéreo representa 10,97%.
Em 1º lugar vem o estado de São Paulo, representando 25% do total das operações de janeiro a junho de 2024. Em seguida, vem o estado de Santa Catarina, com 23% do total das operações e, por fim, o Espírito Santo representando 10% das importações.
Tatiana Prazeres, Secretária de Comércio Exterior do Governo Federal, ressalta que, embora não haja um surto generalizado de importações no Brasil, determinados setores são impactados de forma preocupante.
”Setores como siderúrgico, químico e de pneus registraram aumentos superiores a 200% no volume importado em comparação ao mesmo período do ano passado.”, comenta.
A discussão sobre o aumento da alíquota de importação e a implementação de medidas de defesa comercial é essencial para proteger a indústria nacional e assegurar um ambiente competitivo justo.
A pressão dos empresários, aliada à análise criteriosa do governo, será fundamental para definir o rumo das importações e da produção no Brasil, garantindo a sustentabilidade econômica e a geração de empregos no país.