A balança comercial brasileira encerrou 2024 com superávit de US$ 74,6 bilhões, saldo 24,6% menor do que o de 2023 (US$ 98,8 bilhões), mostram dados consolidados pela Logcomex. Apesar da relevante variação, trata-se do segundo melhor resultado da série histórica, iniciada em 1997.
Ao longo de todo o ano passado, as exportações somaram US$ 337 bilhões, um recuo de 0,8% na comparação anual. Já as importações dispararam 9%, alcançando US$ 262,5 bilhões.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a queda no valor total de exportações foi resultado do recuo nos preços dos produtos embarcados, especialmente de commodities agrícolas.
Considerando o volume total negociado, as exportações cresceram 1,1%, chegando a 810,8 milhões de toneladas, ainda de acordo com dados da Logcomex, apesar da queda nas receitas com as remessas ao exterior.
As importações, por sua vez, foram puxadas por bens de capital e bens de consumo. Para o governo, a tendência reflete um crescimento do consumo decorrente da recuperação econômica.
Pela primeira vez, o MDIC divulgou estimativas para a balança comercial de 2025 já em janeiro. A pasta prevê que o Brasil terá superávit entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões neste ano, com as exportações ficando entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões, e as importações entre US$ 260 bilhões e US$ 280 bilhões.
Na visão por mercadoria, o petróleo bruto (NCM 2709.00.10) tomou o lugar da soja (NCM 1201.90.00) como o principal produto exportado pelo Brasil em 2024. No ano passado, o valor das vendas ao exterior subiu 5,2%, com o volume embarcado aumentando 10,1%. As exportações de soja, por sua vez, recuaram 19,4% em valor, com o volume caindo 3%.