Os Estados Unidos suspenderam temporariamente as importações de gado mexicano após a identificação de um caso de bicheira do Novo Mundo (NWS) em uma vaca na cidade de Catazaja, estado de Chiapas. O NWS é um tipo de larva de mosca varejeira que infesta tecidos vidos de animais de sangue quente.
Segundo o governo mexicano, medidas de controle estão em andamento e ambos os países trabalham para retomar o fluxo normal de exportações.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que atua com parceiros no México e na América Central para impedir a disseminação da bicheira e pediu a produtores da região que monitorem seus rebanhos e animais de estimação e notifiquem imediatamente possíveis casos.
Diante da ameaça de disseminação do NWS, os Estados Unidos suspenderam a importação de gado vivo e bisão do México e aguardam mais informações de autoridades veterinárias mexicanas sobre o tamanho e o escopo da infestação.
As importações de gado mexicano pelos Estados Unidos são geralmente compostas de animais para engorda, que passam por um tratamento adicional antes do abate. O comércio de carne bovina entre os dois países não foi afetado.
Segundo analistas de mercado, empresas podem ter de adaptar operações para lidar com uma eventual redução na disponibilidade de gado, dependendo da gravidade e da duração das restrições comerciais.
A menor oferta de gado e consequentemente de carne bovina produzida em território norte-americano pode dar suporte aos preços de outras proteínas e regiões que exportam para os Estados Unidos.
Nesse contexto, o Brasil pode se beneficiar, considerando que os Estados Unidos têm se tornado cada vez mais dependentes das importações de carne brasileira, à medida que cai a produção interna.
As exportações brasileiras para os Estados Unidos de carne bovina congelada (NCM 0202.30.00) saltaram 99,9% em 2024 na comparação anual do acumulado de janeiro a outubro. Já as carnes frescas ou refrigeradas (NCM 0201.30.00) dispararam 1.282% no mesmo período.