O mercado global de carga aérea manteve seu desempenho positivo em outubro, chegando ao 15º mês consecutivo de aumento de demanda, mostra o mais recente relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Conforme o levantamento, a demanda total (transporte doméstico e internacional), calculada em toneladas de carga vezes quilômetros (CTKs), subiu 9,8% em comparação ao mesmo mês de 2023. Para as operações internacionais, o aumento foi ainda superior, de 10,3%.
A capacidade de transporte, medida em toneladas por quilômetro disponível (ACTKs), também registrou avanço, de 5,9%, em relação ao outubro do ano passado.
A maior parte desse crescimento foi impulsionada pela capacidade de carga nos compartimentos de porão de aeronaves internacionais, que teve um aumento de 8,5%. A capacidade de cargueiros exclusivos subiu 5,6%, sétimo mês consecutivo de alta, com volumes se aproximando dos níveis recordes de 2021.
Para Willie Walsh, diretor-geral da IATA, 2024 caminha para se encerrar como um ano de recorde para o transporte aéreo de cargas. Já sua perspectiva para 2025 é mais cautelosa, considerando a intenção do futuro governo dos Estados Unidos de sobretaxar seus principais parceiros comerciais (Canadá, China e México). Para ele, a medida pode derrubar as cadeias de suprimentos globais e minar a confiança do consumidor.
Entre os fatores que contribuíram para o crescimento, segundo a IATA, estão o aumento de 1,6% na produção industrial e de 2,4% no comércio global de bens. O aumento no comércio, para a entidade, se deve em parte a empresas que aumentam seus estoques para se proteger de possíveis gargalos logísticos.
No Brasil, segundo dados da Logcomex, as importações por via aérea somaram 216 mil toneladas nos dez primeiros meses de 2024, o que representa uma alta de 13,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
As exportações feitas por aeronaves, por sua vez, avançaram 18,3%, alcançando a marca de 2,1 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a outubro.
Nos dez primeiros meses do ano, o transporte aéreo respondeu por 19,9% do valor total (FOB) das importações e 4,8% das exportações brasileiras.
Estudo recente da Boeing aponta para um crescimento médio de 4% no transporte aéreo de cargas até 2043, quando o setor deve alcançar o dobro da movimentação atual.
Conforme a empresa, a demanda será impulsionada pelo comércio eletrônico e pela mudança geográfica das cadeias de suprimento, com a expansão de mercados emergentes.