Representantes dos países membros do Mercosul e dos Emirados Árabes Unidos estão cada vez mais próximos de um acordo de livre comércio, o que representará um marco na estratégia do bloco de ampliar seus mercados para além da América Latina.
As conversas foram iniciadas em abril, e a primeira rodada de negociação ocorreu em julho, em Assunção, no Paraguai. Na ocasião, os países acordaram termos de referência para as discussões.
Foi decidido, por exemplo, que o acordo deverá incluir, entre outros temas, bens, serviços, regras de origem, barreiras técnicas, medidas fitossanitárias e sanitárias, além de propriedade intelectual. O objetivo é eliminar ou reduzir tarifas alfandegárias e outras barreiras comerciais, além de facilitar o fluxo de investimentos e de serviços entre as partes.
Desde então, houve duas novas rodadas de negociação, ambas em Montevidéu, no Uruguai. Na última reunião, entre 28 de outubro e 1º de novembro, houve avanços significativos nos grupos técnicos sobre o acesso ao mercado de bens, regras de origem, medidas sanitárias e fitossanitárias, obstáculos técnicos ao comércio, serviços e assuntos jurídicos, segundo o governo brasileiro.
Havia uma expectativa de que o compromisso fosse firmado nesta semana, durante a reunião de Cúpula do G20, mas a conclusão das tratativas acabou adiada.
A relação comercial do Brasil com os Emirados Árabes Unidos vem crescendo nos últimos anos, apesar de um recuo em 2023 após um pico de importações e exportações em 2022, na retomada da economia pós-pandemia.
Em 2023, segundo dados da Logcomex, os Emirados Árabes Unidos foram o 28º maior destino de produtos brasileiros e, em 2024, considerando o período de janeiro a outubro, avançaram para a 14ª posição.
No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, as exportações brasileiras para o país árabe subiram 107,2% em peso líquido total, na comparação com o mesmo período de 2023. A variação em valor total exportado (FOB) foi de 57,3%.