Alta nas importações de medicamentos expõe novo ciclo de dependência logística e farmacêutica do Brasil

As importações brasileiras de produtos farmacêuticos básicos e preparações (Divisão ISIC 210) cresceram 6% em valor (US$ 2,38 bilhões FOB) e 24% em volume, no acumulado de janeiro e fevereiro de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024.
Os dados da Logcomex sinalizam uma movimentação no setor e indicam que o Brasil está elevando sua dependência externa para atender à demanda do mercado de saúde.

Entre os principais destaques estão os produtos imunológicos para venda a varejo (NCM 30021590), que movimentaram US$ 483 milhões, apesar da queda de 45% no volume importado. Esse comportamento pode indicar a compra de medicamentos mais caros ou o impacto de preços internacionais elevados.

No cenário logístico, o modal marítimo dominou as importações, com 79% da movimentação em valor, reforçando a importância dos portos e da infraestrutura naval para o setor.

A participação da modalidade aérea caiu para 19%, movimento que pode estar ligado à normalização das cadeias logísticas pós-pandemia ou ao aumento de compras de itens com menor urgência.

A China lidera como principal exportadora de medicamentos ao Brasil (US$ 2 bilhões), seguida pelos Estados Unidos (US$ 1,7 bilhão) e Alemanha (US$ 737 milhões).