A capacidade operacional do Porto de Paranaguá subirá com a conclusão do trabalho de derrocagem no canal de acesso ao complexo.
A obra consistiu na remoção da ponta de um maciço rochoso submerso na área de manobra do Porto de Paranaguá, conhecido como Pedra da Palangana. Esse obstáculo, considerado perigoso para a navegação, limitava a capacidade e o tráfego de navios na entrada da baía.
Até o fim de novembro, foram removidos aproximadamente 20 mil metros cúbicos de rocha da Pedra da Palangana.
Segundo a Portos do Paraná, responsável pela administração do local, o processo permitiu um aumento de 30 centímetros no calado de 11 berços e dois píeres na Baía de Paranaguá. A mudança permite ao porto receber navios mais pesados, que podem realizar manobras e operações com maior segurança e eficiência.
A capacidade de carregamento dos navios de granéis sólidos, por exemplo, terá um acréscimo de cerca de 2 mil toneladas, tanto para o recebimento quanto para o embarque no Porto de Paranaguá.
Além do aumento de calado, foi retirada a restrição para o uso de maré, sendo possível navegar com o calado de 13,1 metros na maré zero, o que amplia ainda mais as janelas de navegação.
A redução do tempo de espera para atracação e desatracação ainda oferece uma vantagem financeira aos clientes, que podem operar um volume maior de mercadorias em uma única viagem de forma mais rápida.
De acordo com dados da Logcomex, o Porto de Paranaguá movimentou 54,3 milhões de toneladas entre janeiro e novembro de 2024, o que representa uma alta de 2,3% em relação ao mesmo período de 2023.
Desse total, 35,7 milhões de toneladas correspondem a cargas destinadas à exportação, enquanto 18,6 milhões a mercadorias importadas que entraram pelo complexo portuário.
Para o ano que vem está prevista a realização do leilão de concessão do canal de acesso ao porto, o primeiro do tipo no Brasil. O edital do certame prevê prazo contratual de 25 anos, prorrogáveis, durante o qual a vencedora da licitação exploraria o uso do trecho com a contrapartida de investimento de R$ 1,07 bilhão.
Entre as melhorias previstas no projeto estão o aumento do calado, a partir do quinto ano de concessão, para 15,5 metros, o que permitirá ao complexo portuário receber navios ainda maiores.