Aumento nas importações nos portos dos Estados Unidos

Os portos de Los Angeles e Long Beach, que juntos movimentam cerca de um terço das importações de contêineres nos Estados Unidos, registraram julho como um dos meses mais fortes de sua história recente. 

Esse aumento na demanda por importações está sendo impulsionado por varejistas e outras empresas que buscam elevar seus estoques, em antecipação a tarifas mais altas sobre produtos chineses e à possibilidade de uma greve de trabalhadores portuários. 

Além disso, a usual Peak Season – o período de maior volume de importações antes das festas de fim de ano – também está pressionando os terminais.

Os terminais portuários têm, até agora, conseguido lidar com a pressão, mas sinais de restrições de capacidade começam a aparecer. 

Segundo a Sea-Intelligence, uma greve de trabalhadores poderia impactar severamente os portos. Para cada dia de greve, seriam necessários cinco dias para liberar o acúmulo de carga. Por exemplo, uma greve de uma semana no início de outubro poderia estender os problemas logísticos até meados de novembro.

Os dados do primeiro semestre de 2024, da Logcomex, destacam que o Brasil desempenha um papel significativo nesse aumento das importações. Entre os produtos exportados do Brasil para os EUA, o setor de óleos brutos de petróleo lidera com um aumento de 108% no valor FOB e 118% em volume em comparação a 2023. 

Outros produtos também tiveram destaque, como o café não torrado, que registrou um aumento de 45% no valor FOB e 46% em volume, e as pastas químicas de madeira, com um crescimento de 21% no valor exportado. 

Em termos de exportadores por estado, São Paulo lidera as exportações brasileiras em 2024, com um valor FOB de $6,14 bilhões, representando 32% do total exportado. Rio de Janeiro segue com $3,39 bilhões (18%), impulsionado também pelo setor de petróleo. A maioria dessas exportações segue o modal marítimo, que representa 87,73% do transporte total.