A última balança comercial chinesa, lançada no dia 12 de julho de 2024, registrou um crescimento de 8,6% das exportações em junho deste ano em comparação ao mesmo mês em 2023. O Brasil foi destaque no relatório, com registros de alta de 24,4% nas exportações e 8,3% nas importações chinesas.
Papel do Brasil na balança comercial chinesa
A grande performance da China deve-se, sobretudo, à produção e exportação de veículos. O gigante asiático tornou-se o líder mundial na exportação de automóveis desde 2023, com um volume de 5,22 milhões de unidades exportadas.
O Brasil, como mencionado anteriormente, aparece como um agente fundamental neste crescimento da indústria automotiva chinesa. Ao analisar a balança comercial brasileira de Junho de 2024, nota-se que apesar da balança comercial positiva, de um total de US$ 6,7 bilhões, foi registrada uma queda de US$ 3,4 bilhões em relação a Junho de 2023.
Queda nas exportações e aumento nas importações
O principal motivo que faz a balança comercial brasileira diminuir neste período deve-se ao aumento significativo das importações totais realizadas no país, ao passo que as exportações caíram. Em 2024, as exportações tiveram uma queda de 1,9% em comparação com o mesmo período. As importações, por outro lado, subiram 14,4%.
Ao analisar o mercado automotivo, as contas começam a fazer sentido. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações de veículos de passageiros cresceram 432% em valor e 473% em quantidade na comparação entre os meses de junho de 2024 em relação a 2023.
Principais itens importados
Automóveis vs. óleos combustíveis
Este crescimento faz com que os automóveis tenham se tornado o principal item importado, com 8,9%, deixando para trás os óleos combustíveis, tão importantes para a economia brasileira, com 5,8%. O movimento vai de encontro à entrada recorrente de veículos elétricos oriundos, sobretudo, da China.
Segundo a FGV, este aumento significativo da importação de veículos elétricos da China é causada, sobretudo, pela mudança que o Governo implementou para a importação de automóveis sustentáveis. Vale lembrar que desde o dia 1º de julho de 2024, o imposto de importação subiu para 18%, e a expectativa é que alcance 35% até julho de 2026.
Pressões para antecipação da alíquota
As montadoras situadas no Brasil, por outro lado, têm pressionado cada vez mais o governo para antecipar a alíquota de 35%, ameaçando, inclusive, a paralisação na produção de veículos no país. Segundo as montadoras, a competitividade tem sido injusta, comparada com a massiva produção oriunda da China.
Crescimento das montadoras chinesas
Enquanto o cabo de guerra entre fábricas locais e o governo brasileiro acontece, a China segue estufando contêineres e enviado mais veículos para o Brasil, com o crescimento vertiginoso de montadoras como BYD e GWM.