Comércio Exterior

Agronegócio: dados da importação e exportação brasileiras

Dados das exportações brasileiras no agronegócio

Conhecido como um país de forte economia agroexportadora, herança do período colonial, o Brasil se destaca na produção de diversos produtos desse segmento para o mercado externo, tais como o milho, soja, açúcar, carnes, algodão, soja, celulose, café, dentre outros, sendo hoje o terceiro maior país exportador agrícola do mundo.

Os produtos agropecuários estão sempre na pauta do comércio exterior brasileiro, sendo responsáveis pelo superávit na balança comercial.

Em 2019, as exportações do setor do agronegócio totalizaram 43,2% do total exportado pelo Brasil, arrecadando o total de US$96,8 bilhões.

Com bastante expectativa de expansão, o Ministério da Agricultura divulgou recentemente que de janeiro de 2019 a março de 2020, o Brasil conseguiu 23 novos países parceiros para importação dos nossos produtos desse segmento, com destaque para a carne bovina e de frango.

Confira os cinco maiores compradores do agro brasileiro nos dois últimos anos:

Fonte: AgroStat a partir dos dados da SECEX/Ministério da Economia
Fonte: AgroStat a partir dos dados da SECEX/Ministério da Economia

Em 2020, em meio a crise mundial, o agronegócio brasileiro tem alcançado recordes de exportação. Em abril, o valor atingido foi de US$10,22 bilhões, alta de 25% em relação ao mesmo mês em 2019 e recorde em relação aos anos anteriores, superando o maior valor até então de US$9,65 bilhões do mês de abril em 2013.

Logo em seguida, em maio, um novo recorde foi superado, 2020 registrou US$10,93 bi, superando maio de 2012, que tinha o maior valor.

No primeiro quadrimestre do ano, portanto, o Brasil apresentou alta de 7,9% em relação ao mesmo período de 2019.

A soja foi o produto que mais se destacou, com aumento de 73,4% no volume exportado em relação a 2019, seguida de outros produtos como carnes, produtos florestais, cana-de-açúcar e seus derivados e o café.

A China se destacou como a principal compradora, visto que as medidas de isolamento no país, forçaram a redução da produção local, enquanto os EUA reduziram suas importações do ramo.

Em maio deste ano, as exportações de carne bovina para a China atingiram recorde histórico, superando 150 mil toneladas pela primeira vez em um único mês.

Além de sustentar o crescimento das exportações nesse período, segundo projeções do Banco Central do Brasil, o agronegócio ajudará o Produto Interno Bruto (PIB) a não despencar ainda mais, visto que em 2019, esse setor foi responsável por 21% do PIB.

Dados das importações brasileiras do agronegócio

Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) de 2018, o Brasil é o 29° maior importador do mundo.

Produtos manufaturados lideram a lista, seguidos de medicamentos para medicina humana e veterinária, óleos combustíveis, peças para veículos automóveis, componentes de eletrônicos, dentre outros.

Ao contrário de países como China e Estados Unidos, que se destacam tanto na exportação como na importação de produtos agropecuários, quando se trata das importações, o Brasil está bem longe do topo da lista.

Apesar do grande volume de exportações, o abastecimento do nosso mercado interno não fica prejudicado, desfavorecendo as importações.

Mas alguns itens têm chamado bastante atenção durante esse período de pandemia. O consumo e importação de trigo lidera a lista dos produtos agropecuários mais importados pelo Brasil de janeiro a maio de 2020.

Apesar de ser produtor de trigo, a nossa oferta não consegue atender a demanda interna, recorrendo à importação.

Em 2020, foram importados US$639 milhões em trigo, representando 36% do total dos produtos agropecuários.

Porém, se comparado ao mesmo período (janeiro – maio) de 2019, o volume importado caiu 5,75%. A Argentina (seguida pelos EUA, Paraguai e Uruguai) foi a principal exportadora de trigo para o Brasil no ano passado, sendo responsável por 83% de todo volume que importamos e o valor FOB foi de US$1,24 bi.

Além do trigo, a importação de produtos hortícolas (frescos ou refrigerados) também representou uma grande parcela de tudo que foi importado nesse período, movimentando US$236 milhões, esses produtos tiveram a participação de 13% do total do setor.

Em seguida, a importação de frutas e nozes com 11% e pescado inteiro (vivo, morto ou refrigerado) com 8,7% do mercado.

O produto do agronegócio não alimentício de maior volume importado pelo Brasil é o látex (juntamente com a borracha natural, balata, chicle e gomas naturais), que em 2019 o Brasil importou mais de US$300 milhões.

Atualmente, 60% da demanda de borracha natural no Brasil é suprida por importação e nossos principais parceiros são Indonésia, Tailândia, Malásia, Vietnã e Costa do Marfim.

Apesar de não estar entre os principais produtos agropecuários importados pelo Brasil, as importações de carne bovina chamaram atenção pelo aumento de volume em 22,8% se comparado ao mesmo período de 2019, somando US$55,55 milhões nos três primeiros meses deste ano.

Nota-se que o Brasil importa carne bovina cara (média de US$6.450/ton) e exporta as de qualidade inferior por um valor médio de US$4.590/ton.

Percebemos então a grande importância do agronegócio para o país: seja para atender o mercado interno, ajudar na criação de empregos (em 2019, 13% dos trabalhadores estavam nesse ramo) ou suprir a demanda internacional, ajudando nossa balança comercial até nos momentos mais desfavoráveis da economia.

Destaca-se também os benefícios vistos das importações, negociando externamente o que não conseguimos atender internamente, seja por alta demanda ou por problemas como condições climáticas desfavoráveis em determinados períodos.

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