O Brasil está prestes a alcançar um marco histórico na produção agrícola. De acordo com o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa é de que o país colha 328,3 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 10,3% em relação à safra anterior.
Esse crescimento é atribuído tanto à ampliação da área plantada, que atingiu 81,6 milhões de hectares, quanto à recuperação da produtividade média das lavouras, projetada em 4.023 quilos por hectare. A soja, principal cultura do país, deve atingir 167,4 milhões de toneladas, representando um incremento de 13,3% em comparação ao ciclo anterior. O milho também se destaca, com uma produção estimada de 122 milhões de toneladas, um aumento de 5,5% em relação à safra passada.
Com essa safra recorde, as perspectivas para as exportações brasileiras são promissoras. A Conab projeta que as exportações de soja alcancem 105,47 milhões de toneladas, consolidando o Brasil como um dos principais fornecedores globais desse grão. O milho também deve manter sua relevância no mercado internacional, com exportações estimadas em 34 milhões de toneladas.
Dados obtidos na Logcomex aponta que nos dois primeiros meses de 2025, a exportação, em Valor FOB, de soja e milho (NCMs 1201.90.00 e 1005.90.10, respectivamente) foi equivalente a US$ 4,09 bilhões, o que é uma diminuição de 30,1% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Enquanto que a soja exportada alcançou um FOB de US$ 2,99 bilhões, o milho equivaleu a US$ 1,10 bilhões. Os principais destinos das duas commodities foram: China (58%), Irã (10%), e Egito (7%). Destaque para os estados do Mato Grosso, Paraná e Goiás, principais origens dos produtos exportados.
Entretanto, esse crescimento acentuado na produção traz à tona desafios logísticos significativos. A capacidade atual de armazenagem no país é de aproximadamente 222,3 milhões de toneladas, insuficiente para comportar toda a produção prevista. Esse déficit de armazenagem pode levar a perdas pós-colheita e impactar a eficiência das exportações.
Para mitigar esses desafios, investimentos em infraestrutura logística são essenciais. Projetos como a Ferrogrão, uma ferrovia planejada para conectar a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao Porto de Miritituba, no Pará, visam otimizar o escoamento da produção e reduzir custos logísticos.