Em meio à visita de líderes de todo o mundo para participação na reunião de Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro nesta semana, os governos do Brasil e da China celebraram 37 novos acordos bilaterais.
Os atos assinados abrangem as áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, ciência e tecnologia, comunicações, desenvolvimentos sustentável, turismo, esportes, saúde, educação e cultura.
Entre os acordos firmados, a China abriu quatro novos mercados para produtos agropecuários brasileiros a partir do estabelecimento de requisitos fitossanitários e sanitários para a exportação das mercadorias.
A partir de agora, uvas frescas, gergelim, sorgo e farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para alimentação animal poderão ser comercializadas na China.
Considerando a demanda chinesa dos produtos a participação brasileira nesses mercados, o potencial comercial é de cerca de US$ 450 milhões por ano, segundo estimativa da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Acordo com rede chinesa prevê exportação de 240 mil toneladas de café
Paralelamente às reuniões oficiais do G20, o Brasil assinou um acordo com a rede de cafeterias chinesa Luckin Coffee, que prevê a compra, pela empresa, de 240 mil toneladas de café entre 2025 e 2029, em valor estimado em US$ 2,5 bilhões.
O compromisso representa avanço considerável nas exportações do produto. Em 2024, até outubro, o Brasil exportou cerca de US$ 9 bilhões em café (SH4 0901), um aumento de 54,1% em relação ao mesmo período de 2023, segundo dados da Logcomex.
A China, no entanto, com US$ 165 milhões em compras, foi apenas o 13º maior consumidor do grão brasileiro, atrás de Alemanha, Estados Unidos, Bélgica, Itália, Japão, Espanha, Países Baixos, Turquia, Rússia, Reino Unido, Coreia do Sul e Canadá.
O acordo foi assinado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Um acordo anterior, firmado em junho deste ano, durante missão brasileira ao país asiático, garantiu a compra de 120 mil toneladas de café brasileiro pela rede até o fim deste ano.
Fundada em 2017, a Luckin Coffee tem sede na cidade de Xiamen. Em julho, a empresa anunciou a abertura de sua 20.000ª loja, em Pequim.